Na arquitetura, nenhum outro material tem tanta ginga e brasilidade quanto o quase centenário cobogó. Ele foi criado em Recife, na década de 1920, pelos engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernesto August Boeckmann e Antônio de Góis. O primeiro era português; o segundo, alemão; o terceiro, brasileiro.

O nome, com fonema agradável de dizer, até mesmo engraçado, veio justamente das primeiras sílabas dos sobrenomes de seus criadores: Co (Coimbra), Bo (Boeckmann), Gó (Góis). Ou, cobogó. Uma curiosidade é que a peça é inspirada no muxarabi, trançado de ripado de madeira de origem árabe-islâmica, que permite a entrada de raio solar e ventilação (veja exemplo abaixo).

Mas vamos à definição do cobogó: assim como o muxarabi, ele também possibilita a entrada de luz solar e ventilação natural, e costuma ser instalado nas aberturas de construções. Entretanto, utiliza uma gama de materiais variados, como cerâmica, cimento e vidro, podendo ser encontrado em diversos tamanhos, cores e formatos.

Projetos antigos e modernos aproveitam todas as vantagens dos cobogós, seja para função estética, integrando ambientes ou mantendo a privacidade da edificação sem abrir mão da luminosidade e da ventilação naturais. Confira alguns exemplos que o Blog da Arquitetura selecionou para você.

+ Edifício Cinderela 

O prédio clássico paulistano, projetado pelo arquiteto João Artacho Jurado (1907-1983), possui escada de serviços com fechamento vazado de cobogós.

+ Casa Cobogó

Esta maravilhosa residência, assinada pelo conceituado arquiteto Marcio Kogan, empresta até o nome do elemento, que proporciona acabamento decorativo sofisticado por meio de módulos de concreto.

+ Apartamento renovado

A arquiteta Ana Yoshida assina a revitalização deste apartamento, no qual os cobogós funcionam como uma charmosa divisória entre a entrada e a cozinha.

+ Apartamento descolado

Neste projeto do SuperLimão, os cobogós funcionam como divisória no quarto de casal, provendo luz natural ao ambiente. Destaque para a cor das peças, que dialoga com a decoração moderninha do apartamento.

Fontes: AECweb, ArchDaily Brasil, Vitruvius.