
The Eden Garden: o surpreendente centro ambiental de Cornwall, na Inglaterra
Em comemoração à chegada do novo milênio, o Reino Unido criou, na década de 1990, um roteiro econômico para o financiamento de projetos na área da botânica. Um exemplo disso é o magnífico centro ambiental localizado perto da cidade de St Blazey, em Cornwall, Inglaterra. No lugar de uma grande cratera estéril, onde antes funcionava uma mina de argila, surgiu a maior estufa do planeta, chamada de ‘The Eden Garden’, ou ‘O Projeto Éden’. Inaugurada em 2001, a fundação, sem fins lucrativos, serve como instituição de caridade educacional e é uma das melhores atrações turísticas do mundo. Seus jardins vibrantes, repletos de plantas, esculturas e outras atrações, recebem milhares de visitantes diariamente.

Em uma região de clima bastante frio, onde é quase impossível que certas espécies possam sobreviver e se desenvolver, o designer Tim Smit imaginou a possibilidade de controlar as temperaturas e a atmosfera do local através de uma grande estufa. Com o auxílio de vários profissionais e empresas, como o arquiteto Nicholas Grimshaw e da Land Use Consultores, Smit ergueu um complexo fascinante, com arquitetura futurista e impressionantes jardins contemporâneos.


+ Biomas tropical, mediterrâneo e local
Tim Smit pensou em como mostrar às pessoas a beleza e a importância das plantas para a sobrevivência do planeta, principalmente promovendo a cultura da sustentabilidade. No Eden Garden, além dos programas de pesquisa, educação e conservação – que são demostrados através de propostas de arte e ciência; a recuperação da área degradada, da antiga mina, combinada ao plantio de espécies do mundo inteiro, dentro das estufas, faz deste projeto uma importante referência ambiental.
O Eden Garden é dividido, basicamente, em zonas climáticas. Há três edificações. Na área externa, foram plantadas espécies nativas e de lugares com clima semelhante à Cornwall, como a Austrália e o Chile. Nas áreas internas, foram simuladas atmosferas de florestas e de jardins de regiões mais distantes, como o bioma tropical e o bioma mediterrâneo. As duas estufas são responsáveis por abrigar um incontável número de espécies vegetais. Uma das áreas é, inclusive, considerada o maior ambiente tropical em cativeiro do mundo.


Sem dúvida, as maiores atrações do ‘The Eden Garden’ são os biomas. Porém, as bonitas e originais arquiteturas desenvolvidas para as estufas, jardins, áreas de restaurantes, exposições, palcos e outros, realmente encantam os visitantes. As cúpulas imponentes, onde se recriam os ecossistemas, compostas por domos geodésicos de até cem metros de altura, surpreendem. Já a estrutura que lembra um girassol chama a atenção para as alterações climáticas e os recursos naturais, reforçando, mais uma vez, a questão da preservação ambiental.
+ A estrutura ‘bolha de sabão’
Desenhado por Grimshaw Architects, as cúpulas do Eden Garden são compostas por placas hexagonais e triangulares de etileno tetrafluoretileno e estruturadas em aço galvanizado. Elas foram inspiradas em trabalhos do arquiteto Buckminster Fuller. A ideia era adaptar facilmente o maior volume necessário à superfície do terreno em uma menor área possível. Por isso a escolha da superfície curva. Quando a radiação solar ultrapassa sua transparência isto ajuda a esquentar o material interno e a manter o clima adequado às espécies.
+ O núcleo do complexo
Além das estufas, o Eden Garden possui uma edificação com salas de aula, exposições interativas e outros. Inaugurado em 2005, o prédio, denominado ‘Core’, ou ‘Núcleo’, foi inspirado nos girassóis e seus movimentos. As espirais seguem uma sequência matemática – a Fibonacci, onde cada número representa a soma dos dois anteriores. Sua estrutura é em madeira laminada colada reciclada e os revestimentos de piso são à base de plantas. Um destaque especial são os pequenos azulejos em cor verde, feitos a partir de garrafas de Heineken, um material também reciclado.


Fontes: Eden Project, Pensamento Verde, Epoch Times, Veja, Wikipedia.