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Santos divulga medidas de adaptação às mudanças climáticas

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Os impactos das mudanças climáticas estão fazendo com que cidades do mundo inteiro adotem medidas preventivas que as adaptem ao que está por vir. Em Santos, maior cidade portuária do país, localizada no litoral sul de São Paulo, a principal preocupação é com a elevação do nível do mar.

O município anunciou recentemente medidas de adaptação caso a temperatura global tenha aumento superior a 2°C até o final deste século. As propostas de ações são baseadas em estudos internacionais, sendo que Santos possui os dados mais completos sobre elevação de marés no Brasil, coletados por marégrafos desde 1945 e por satélite a partir de 1993.

Os dados analisados, que incluem incluem variáveis socioeconômicas, permitiram aos pesquisadores traçar dois níveis de impacto em regiões distintas da cidade, com previsões de elevação do nível do mar entre 18 cm e 23 cm em 2050 e de 36 cm a 45 cm até 2100.

Estima-se que, nas próximas décadas, a quantidade de chuvas e as ressacas em Santos e arredores sejam mais intensas e frequentes. Para amenizar os danos provocados por esses fenômenos, pesquisadores fizeram uma série de sugestões para o planejamento urbano futuro do município.

Ressacas em Santos podem se intensificar com as mudanças climáticas (Foto: Luis Cleber)

+ Possíveis soluções

As adaptações incluem implantação de comportas para controlar as marés em rios, construção de canais de drenagem e de quebra-mar, dragagem de canais, recuperação de mangues, criação de sistema de comportas e estações de bombeamento. Na Ponta da Praia, além do aumento da faixa de areia, pretende-se adotar medidas para engordamento/alimentação artificial da praia, construir um muro de proteção e instalar sistema de bombeamento e de melhoria de comporta de canais.

No início de dezembro, a prefeitura de Santos publicou um decreto que cria uma comissão municipal de adaptação à mudança climática,
sugerindo uma estrutura organizacional, composta pelo poder público, o setor produtivo e representantes da sociedade civil, para executar as medidas sugeridas pelos pesquisadores.

Para calcular o custo aproximado das propostas, foram projetados cenários de perdas, com base no valor dos imóveis nas regiões estudadas,  avaliando cenários com e sem as medidas adaptativas. Na pior das hipóteses, até 20100,  os danos podem chegar a R$ 236 milhões na zona noroeste, passando de R$ 1 bilhão na região sudeste da cidade, caso as medidas adaptativas sejam descartadas. Por outro lado, a adoção das propostas não ocasionaria prejuízos com danos na orla, caindo para R$ 64 milhões no noroeste do município.

A participação popular é considerada fundamental no debate dessas questões, e estão sendo estudados meios de conscientizar e sensibilizar a população para a urgência do tema e incentivar sua presença nas decisões.

 

Fonte: Agência Fapesp.

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