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Proposta prevê a alteração no desenho que representa idosos em placas

O Brasil está em processo de envelhecimento?

Atualmente, certa de dez por cento da população brasileira tem mais de sessenta anos de idade. Em vinte anos essa média pode subir para vinte e cinco por cento, de acordo com os cálculos apresentados em 2008 pelo Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Isso pode ser consequência, por exemplo, do crescimento da expectativa e qualidade de vida no país. Portanto, o perfil do idoso está, sim, diferente. Vive-se mais e de forma ativa e independente. Porém, a imagem que a sociedade constrói sobre a terceira idade ainda é bastante deturpada. Para piorar, a identificação visual referente a este grupo não tem acompanhado, do mesmo modo, essas mudanças, mas essa situação está prestes a mudar.

(imagem extraída de Pixabay)

+ Movimento ‘Nova Cara da Terceira Idade’

“A forma de retratar o idoso tem de deixar de ser de uma pessoa decadente, porque isso não é mais verdade. Sim, há perda de vitalidade, mas o idoso hoje vive mais, está mais saudável, ativo e produtivo.”; “(…) o Brasil está em processo de envelhecimento (da população) e mexer no símbolo é uma forma de conscientização sobre o tema.” – disse o publicitário Max Petrucci, da agência Garage IM, na edição do TEDEx Florianópolis, em 2013.

Pictograma é um tipo de imagem, criada através do uso de símbolos – de pessoas, objetos ou conceitos. Exemplo disso são as placas de “proibido estacionar” ou àquelas sobre acessibilidade para deficientes, definidas pela ISO – Organização Internacional de Padronização. Aqui no Brasil, na década de 1990, o Estatuto do Idoso estabeleceu uma imagem de um homem curvo e de bengala para representar as pessoas da terceira idade. Sanção de certas leis, nos anos 2000, colocou em prática sua aplicação em áreas preferenciais. Só que, infelizmente, esse modelo de sinalização não parece mais representar, apropriadamente, os idosos contemporâneos.

(imagem extraída de Cargo Collective)
(imagem extraída de UpdateorDie)

Foi pensando nos defeitos dessa atual “identificação de idosos” que a agência Garage, criou uma campanha para buscar novas sugestões de design. A ‘Nova Cara da Terceira Idade’ recebeu mil e quinhentas propostas de pictogramas, com imagens mais condizentes com a realidade das pessoas acima de sessenta anos. As dez melhores foram espalhadas por bares e restaurantes de sete capitais brasileiras e, após uma mobilização na internet, chegou-se a uma vencedora.

(imagem extraída de O Estadão Casa – Abril)

Veja, a seguir, o vídeo promocional do manifesto ‘Nova Cara da Terceira Idade’:

“60+”

A figura de um homem arqueado sobre uma bengala ficou no passado. Designers de todo o país apresentaram excelentes ideias. A terceira idade ganha, agora, uma nova identidade, um símbolo com muito mais movimento. A inscrição “60+” vem acompanhada da imagem de um homem muito mais altivo. O objetivo é melhorar a autoestima desse grupo de pessoas, incentivando-as a terem uma vida mais ativa. De todas as propostas apresentadas, três delas são obras do professor e criativo Ciro Roberto de Matos. Elas devem ser, agora, ofertadas à Associação Brasileira de Normas Técnicas, para o domínio público e uma padronização dos estabelecimentos.

(imagem extraída de Turismo Adaptado)

+ Projeto de Lei

Placas que simbolizam a preferência de idosos são encontradas em bancos, estacionamentos, supermercados, ônibus, repartições públicas e outros. As alterações desses desenhos pode ser uma tarefa difícil e dispendiosa. Porém, algumas cidades do Brasil – como Juiz de Fora, em Minas Gerais; Natal, no Rio Grande do Norte; e Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul – estão dispostas a adotar um novo símbolo, que seja de maior preferência dos seus idosos. Essa ideia vem determinando o surgimento de projetos de leis, como é o caso da Lei n° 13.292, de autoria da vereadora Ana Rossignoli (PDT), já em vigor.

A ideia de substituir essas sinalizações precisa antes, obviamente, passar pela regulamentação das prefeituras, mas é algo urgentemente necessário. Esta pode ser a melhor oportunidade de mudar a visão da sociedade sobre os idosos. De evitar mais situações constrangedoras e opiniões preconceituosas. De mostrar que nem todos acima de sessenta anos são incapazes, precisam de muletas e têm dores nas costas. De fazer com que uma simples comunicação visual deixe de ser tão desagradável, ou insultante, ou depreciativa para os cidadãos brasileiros.

(imagem extraída de Cargo Collective )
(imagem extraída de Almeida Junior)

Fontes: Casa -Abril, O Estadão, G1, Senado Federal.


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