
Prever é possível! Saiba porque “cidades resilientes” resistem a desastres
A ONU – Organização das Nações Unidas estima que até o ano de 2030 dois terço da população mundial estará morando em centros urbanos. Bilhões serão afetados pelos eventos sociais e climáticos, sofrendo pelas enchentes, inundações, deslizamentos, secas, incêndios, terremotos e mais. Há séculos o meio ambiente é afetado pela ação humana, que se fez dependente dos seus recursos e ecossistemas. E o único meio de evitar que os problemas se agravem, ainda mais, é se as governanças adotarem políticas de prevenção e gestão de riscos.

+ Cidades Resilientes
É considerada “resiliente” a cidade que for devidamente capaz de resistir e se recuperar de graves desequilíbrios ecológicos e sociais, prevendo a perda de vidas e bens. Entram nesse quesito indivíduos ou grupos que vão encontrar suas próprias alternativas de se adaptar às mudanças ao novo cenário, superando os obstáculos com mais facilidade, já que se prepararam melhor para possíveis adversidades. Então, pode-se dizer que essas características estão, para a arquitetura, essencialmente ligadas à qualidade de vida urbana.
+ Objetivos
Problemas ambientais, sociais e tecnológicos não previstos e evitados se tornam extremamente devastadores para uma sociedade. Nem só o planejamento urbano pode evitar os riscos. É preciso que os líderes locais implementem políticas públicas, colaborativas e inclusivas, que ajudem na conscientizações das pessoas quanto às práticas de desenvolvimento sustentável.

+ Campanhas inovadoras
Qualquer plano para gestão de riscos deve ser o resultado de reuniões entre membros de áreas sujeitas a catástrofes. Seguindo esse caminho, a ONU lançou, recentemente, uma cartilha com passos essenciais para as cidades que desejam ser mais resilientes. Entre os pontos citados estão a infraestrutura, a educação, a saúde, a proteção ambiental, a recuperação de ecossistemas e reconstrução de comunidades.
No Brasil, a questão ganhou destaque com a campanha “Construindo Cidades Resilientes: Minha Cidade está se Preparando”, lançada pelo Ministério da Integração Nacional. O objetivo é fazer com que a população do país seja cada vez menos prejudicada pelas catástrofes naturais em seu território. Com a adesão ao projeto, o município recebe maior apoio da Defesa Civil Estadual em casos de desastres.

+ Finalidades
É preciso transformar as cidades e, com campanhas como essas, para transformação das cidades em cidades resilientes, pode-se criar uma “agenda global” estabelecendo soluções, metas e prazos para atenuar, ou mesmo conter, os prejuízos causados, principalmente, pela civilização contemporânea e seu desenvolvimento econômico. Se aplicadas com êxito, às ações reduziriam a fome, a desigualdade econômica e social, gerariam mais oportunidades comerciais e propiciariam mais saúde, educação e segurança aos povos do mundo.

+ Modelos exemplares
Um exemplo de iniciativa para transformação das cidades é o movimento das Cidades em Transição, ou Transition Towns, criado por Rob Hopkins, no ano 2000. Ele visa ensinar as comunidades como utilizar as energias renováveis, serem integradas com a natureza e resistirem mais às crises econômicas e ecológicas. Algo assim tem sido feito também na Indonésia. Lá, se planeja o desenvolvimento de projetos para a introdução de espécies nativas e a construção de barreiras de contenção das águas. Isso porque o país é um dos primeiros a serem impactados caso haja um aumento significativo do nível do mar.
Já os países da América Latina, só mais recentemente começaram a ter cidades preocupadas quanto a sua “resiliência”. Os municípios que se destacam no Brasil são o Rio de Janeiro e Santa Catarina. Infelizmente, seus programas ainda são muito pontuais e abordam temas específicos, como o saneamento básico e o transporte público. Falta uma visão mais integrada.
As cinco cidades consideradas como mais “resilientes” do mundo são: Toronto, Vancouver e Calgary, no Canadá; e Chicago e Pittsburgh, nos Estados Unidos.

São exemplos simples de resiliência urbana: hortas comunitárias, cursos profissionalizantes gratuitos para pessoas de baixa renda, feiras de trocas, mutirões de limpeza, ações de incentivo à preservação do meio ambiente e do patrimônio edificado, à geração de empregos, à segurança pública e outros.

Fontes: Eco Desenvolvimento, Planeta Sustentável, Gazeta do Povo, Portal Brasil.
O que acontecerá se a raça humana jamais chegar a um acordo sobre como agir perante os efeitos das ações climáticas? Enfrentar o presente já é difícil. Se preparar para o futuro é ainda pior. Normalmente, os governantes só pensam em prevenção depois que alguma tragédia já ocorreu. Mas não adianta ficarmos apenas reclamando, não é? Devemos tentar contribuir, como podemos, para reduzir esse caos. Lembre-se que a retribuição é a sua qualidade de vida!
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