
Prefeitura de São Paulo lança projeto piloto de mobilidade para pedestres
A Prefeitura de São Paulo continua buscando influências de políticas públicas no exterior. Sob a gestão de Fernando Haddad (PT), foram repensados conceitos de mobilidade urbana para a metrópole, como a implantação de ciclovias, faixas exclusivas para ônibus e a redução de velocidade nas marginais. As transformações têm recebido críticas sobre a real viabilidade e a verba utilizada – os 400 quilômetros previstos para implementação de ciclofaixas custará ao todo R$ 80 milhões.
As discussões mais acaloradas permeiam a falta de gestão urbana pensada para os pedestres. Muitas pessoas reclamam não ter espaço para caminhar entre as ciclovias e a rua, além das calçadas apresentarem uma série de problemas. Além de algumas serem estreitas demais, muitas, principalmente da zona central da cidade, estão em péssimas condições.
Por isso, a Prefeitura lançou o projeto piloto que visa a reforma dos calçadões de pedestres no centro de São Paulo. Essa é uma das principais metas da gestão de Haddad, que se encerra em 2016.
Os testes serão realizados nos distritos da Sé e República e somarão cerca de 75 mil m² de calçadão. O texto sobre o projeto diz que se for aprovado, pode se estender para outros pontos da cidade.
O novo modelo de piso, que será em blocos de concreto, foi desenvolvido em parceria com a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland), de acordo com o site de Gestão Urbana da Prefeitura, tem o diferencial principal de preservar suas características ao longo do tempo. Com alta espessura e resistência à grandes cargas, ele será autolimpante (substâncias fotocalíticas reagirão às manchas e odores) e removível. Por ser colocado em blocos sua retirada poderá ser feita sem quebra.
Haverá também o piso tátil nas vias dos calçadões. Será alinhado à linha de drenagem e ajudará na caminhada de deficientes visuais e pessoas com baixa visão. A acessibilidade a pessoas com mobilidade reduzida e deficientes físicos também faz parte do plano.
As tampas de acesso à rede de água e esgoto e eletricidade, que hoje são à mostra, serão ocultas e alinhadas ao piso proposto. Elas ainda deverão ter travas anti-vandalismo.
Além de tudo isso, para reforçar o intuito de expandir as atividades econômicas do centro da capital, especialmente nos setores ligados à educação, cultura, lazer e entretenimento está prevista a organização e refazimento das redes subterrâneas para receber contêineres enterrados para coleta de lixo, nova iluminação e mobiliário urbano (bancos e mesas).
O programa, divulgado no site da Prefeitura de São Paulo, tem uma composição bem completa, mas à primeira vista parece bem complexo e é difícil imaginar uma implantação em poucos anos.
Países da Europa e Nova Iorque (cidade em que a Prefeitura de SP se inspirou), vivem hoje um cenário harmônico e equilibrado entre motoristas, ciclistas, motoqueiros e pedestres. Resta-nos acompanhar a evolução das ideias, manter o olhar crítico e torcer para dar certo!
Confira os dados numéricos do projeto piloto:
. Pessoas atendidas: 170 pessoas / minuto (horário de pico pós-almoço)
. Área de piso em blocos de concreto: 2810 m2
. 2 lixeiras enterradas,
. 4 conjuntos de bancos de diversos tamanhos,
. 4 papeleiras de 5 papeleiras (4 recicláveis, 1 lixo comum),
. 14 novas luminárias,
. Sistema de drenagem perfil L + Canaleta: 205m
. Inspeção da drenagem: 15
. Ramais domiciliares deslocados: 30
. Piso tátil: 250m lineares
. Tampas realinhadas: 200
Fique por dentro de tudo o que engloba o programa através do site de gestão urbana da Prefeitura de SP.
Fotos: Prefeitura de São Paulo