
Para viajar no tempo: conheça o interior do luxuoso Orient-Express
Agatha Christie foi uma escritora britânica, que viveu entre os séculos IXX e XX e ficou muito conhecida por seus romances policiais. Na década de trinta, realizou uma longa viagem de trem, partindo de Istambul, na Turquia, para Londres, na Inglaterra. Agatha visitara o marido, o arqueólogo Max Mallowan, mas foi pega de surpresa, durante o percurso, por uma forte tempestade de neve. Foi por consequência desse incidente que a romancista escreveu um dos seus clássicos mais famosos, o ‘Assassinato no Expresso do Oriente’.
O lendário Orient-Express foi um verdadeiro sonho realizado através das ideias visionárias do empresário belga George Nagelmackers. Sua companhia internacional de vagões de trens inaugurou, em 1889, o primeiro serviço de viagens ligando a França ao exótico Islão. Três mil quilômetros eram percorridos em setenta e cinco horas. Os vagões eram tão luxuosos quanto os mais belos apartamentos de Paris e logo atraíram ilustres passageiros, como o rei Eduardo VIII e o Papa Pio XII. Viajar pelo Orient-Express passou a ser um privilégio para poucos.

+ Viajando no atual Orient-Express
Depois de muitas e muitas décadas, o histórico e mítico trem original do Expresso do Oriente deixou de fazer suas viagens em 2009. Hoje, ele está exposto na esplanada do Institut du Mond Arabe, em Paris. Mas, mesmo nos dias de hoje, muitos turistas ainda querem ter tal experiência. Eles desejam reviver, o máximo possível, aquele esplendor da vida do início do século XX.
Foi pensando nessas pessoas que o grupo Belmond, dono de hotéis como o Copacabana Palace, opera o Venice Simplon-Orient Express. É a travessia atual mais cobiçada na Europa, entre Paris e Veneza. A viagem dura apenas vinte e quatro horas. O trem percorre oitocentos quilômetros, passando também por áreas bucólicas e alpinas da Suíça e da Áustria e tem capacidade para quase duzentos passageiros.
Outras viagens operadas pela Orient-Express: Machu Picchu, Veneza-Londres, Escócia e Ásia – Cingapura, Tailândia, Bangcoc e Malásia.

+ A bordo do trem
Os atuais trens da Orient-Express contêm vagões da década de 1920, totalmente restaurados. Mas, apesar de serem quase novos, eles têm um visual vintage, em estilo art deco, bem de acordo com a elegância do modelo oferecido no passado. No total, a empresa investiu na reforma de dezessete vagões, sendo três deles vagões-restaurantes e um vagão-bar, com direito a piano de cauda.
O principal destaque destes vagões restaurados é o belo e autêntico trabalho decorativo. O vagão Etoile du Nord possui uma bela marchetaria. No Côte d’Azur há painéis em vidro Lalique. E no L’ Oriental há móveis laqueados em estilo chinês. Tudo isso ajuda a criar uma magnífica atmosfera de glamour, romance e mistério, como na viagem que Agatha Christie fez.


Percorrendo os vagões, os passageiros podem optar por diferentes entretenimentos. Pode-se ouvir o pianista no vagão lounge, adquirir algum produto personalizado na boutique ou fazer uma boa refeição em algum restaurante. Os jantares a bordo são sempre formais. Os homens devem vestir black tie ou terno e as mulheres vestido. A obrigatoriedade compensa, afinal faz parte do prazer de se estar no Orient-Express.


+ Cabines disponíveis
Assim como os restaurantes, os dormitórios no Orient-Express também têm decorações que lembram a década de 1920. Nos estreitos corredores externos, tradicionais mordomos, de uniforme azul, caminham apressadamente atendendo pedidos. Dentro das cabines privativas, os passageiros desfrutam de um conforto sob medida.
Todas as cabines possuem portas adornadas e um armário que esconde um pequeníssimo lavabo, com espelho, cosméticos personalizados, água quente e fria. Há cabines do tipo Dupla e Suite Dupla. A primeira é utilizada da seguinte forma: durante o dia é configurada como sala de estar, com direito a sofá, banco e mesa de apoio; e à noite se torna um quarto com cama alta e baixa. Já o segundo tipo tem duas cabines interconectadas. Cada cabine pode oferecer uma cama individual, mas o passageiro pode optar por manter um cômodo como sala e o outro como quarto.


Veja mais detalhes sobre os interiores do Venice Simplon-Orient Express assistindo ao vídeo abaixo:
Fontes: Catraca Livre, Belmond, UOL, Lufthansa, The Travel Magazine.