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Pará recebe o primeiro viaduto para travessia de animais do país

Ponte verde, ecoduto, overpass… todos esses nomes definem um viaduto para travessia de fauna. Mas, caso você nunca tenha ouvido falar, não se preocupe: é uma novidade no Brasil, que recentemente recebeu a primeira ponte do tipo, no Pará.

Aqui no Blog da Arquitetura já falamos sobre esse tipo de empreendimento que ajuda a preservar a vida silvestre. Trata-se de uma passagem verde que permite aos animais circular de maneira segura em seus habitats, protegendo-os e prevenindo acidentes. Assim, diminui-se o risco de atropelamentos quando eles precisam atravessar uma rodovia, por exemplo.

Viaduto para travessia de fauna, sobre ferrovia no Pará: primeiro do país (Foto: Ibama)

Primeiro ecoduto do país

A estrutura inédita no Brasil foi construída sobre o Ramal Ferroviário Sudeste do Pará, que irá escoar o minério retirado da mina S11D até a Estrada de Ferro Carajás (PA). A importância do projeto para a fauna se deve ao fato de a ferrovia cortar a Floresta Nacional de Carajás em locais onde a vegetação se encontra em estágio médio ou avançado de regeneração.

Nos trechos que receberam atenção especial do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), já foram avistados felinos de grande porte e outras espécies de mamíferos. Embora os ecodutos sejam ideais para a passagem segura desses animais, a solução mais comum no Brasil são os túneis subterrâneos.

A inspiração para a instalação do primeiro viaduto para travessia de fauna do país é internacional. Eficientes, eles podem ser vistos nos Estados Unidos, Canadá e em alguns países europeus e asiáticos.

Exemplo internacional: ecoduto no Canadá (Foto: Wikimedia Commons)

Conhecendo o projeto

Para funcionar, esses viadutos precisam direcionar, induzir e conter os animais. Para isso, foram instaladas cerca de 100 metros de extensão em cada lado dos acessos. Feitas de arame galvanizado, elas medem 2,2 metros de altura.

Além dessa proteção, os ecodutos receberam vegetações arbustivas e pequenas, que simulam a continuidade do terreno. Dessa maneira, os animais não percebem que estão atravessando uma ponte e a passagem segura é garantida.

Com 100 quilômetros de extensão, o Ramal Ferroviário Sudeste do Pará tem outras 30 travessias, incluindo túneis. Já foram registrados capivaras, tatus, jaguatiricas, tamanduás-bandeira, cachorros do mato, cutias, iguanas e gatos-mouriscos.

Fontes: Ibama e eCycle.