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Oscar Niemeyer Museu: conheça duas das mais notáveis arquiteturas brasileiras

Oscar Niemeyer é um dos nomes mais importantes da arte moderna e contemporânea brasileira. Ele sempre foi um construtor de edificações incríveis, que se tornaram marcos e pontos de referências importantes em várias cidades do país. Através de uma estética simples – combinando linhas retas e curvas, elementos em concreto e áreas verdes, cores neutras e vibrantes – o trabalho arquiteto chamou a atenção do mundo, inspirando gerações de profissionais.

Dentre tantas obras emblemáticas de sua carreira, duas se destacam por expressarem uma solução de engenharia essencialmente radical. O MAC e o MON são dois complexos arquitetônicos – museus, no caso – concebidos por Niemeyer. Os dois apresentam características em comum, como um volume único, puro, de fachada futurista. Esses estão apoiados sobre um pilar central, criando uma sensação de leveza. É como se os próprios edifícios já fossem esculturas, as primeiras obras a ser contempladas pelos espectadores.

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(imagem extraída de Alorio de Janeiro)

+Museu Oscar Niemeyer Niterói

+ Museu Oscar Niemeyer Niterói História

O MAC, ou Museu de Arte Contemporânea, é considerado uma das maravilhas arquitetônicas do mundo moderno – recentemente, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ele está localizado no Mirante da Boa Vista, na orla de Niterói, no Rio de Janeiro. Foi projetado por Oscar Niemeyer e inaugurado em 1996. Desde então, é o cartão-postal mais famoso da cidade.

O edifício, em forma de disco ou de nave espacial, representa uma “flor brotando do chão e abrindo-se para o espaço”, como explicava o arquiteto. Ele destina-se a guardar as 1217 obras da Coleção João Sattamini; além da Coleção MAC de Niterói, com 369 obras doadas por diversos artistas. Estão entre as peças os trabalhos de nomes como Lygia Clark, Tomie Ohtake, Hélio Oiticica, Roberto Magalhães, Rubens Gerchman, Franz Weissmann, entre outros.

“Como é fácil explicar este projeto! Lembro quando fui ver o local. O mar, as montanhas do Rio, uma paisagem magnífica que eu devia preservar. E subi com o edifício, adotando a forma circular que, a meu ver, o espaço requeria. O estudo estava pronto, e uma rampa levando os visitantes ao museu completou o meu projeto.” – Oscar Niemeyer.

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(imagem extraída de Wikimedia)

+ Museu Oscar Niemeyer Niterói Arquitetura

O Museu de Arte Contemporânea de Niterói tem uma área total de 2500 metros quadrados. Pelo terreno ser um espaço relativamente pequeno, rochoso e cercado pelo mar, Niemeyer não enxergou outra solução. O arquiteto optou por construir um volume diferente, que mais lembra uma taça. Ele tem 50 metros de diâmetro e 16 metros de altura. É dividido em três andares. E está posicionado sobre um cilindro estrutural – seu pilar central – de 2,7 metros de diâmetro; e sobre um espelho d’água circular de 817 metros quadrados, com 60 centímetros de profundidade.

(imagem extraída de Soldon em Flickr)

O edifício branco e circular do MAC se destaca nessa praça aberta. Para acessá-lo, os visitantes precisam percorrer uma rampa sinuosa de concreto, com 98 metros de espaço livre até a entrada principal. Internamente, o museu é pequeno. Por ter muito vidro na parede externa – o anel de janelas, que permitem vistas panorâmicas da cidade e do mar – não tem muitas paredes para fixar as obras de arte. Mesmo assim, no segundo pavimento e mezanino, há várias salas de exposições.

No primeiro pavimento fica a recepção e a administração. No subsolo, encontram-se o depósito geral, o restaurante, o bar, e o auditório para conferências, que tem uma janela em fita de vistas à baía e a capacidade para 60 espectadores. Já a cobertura do museu não tem nenhuma função. Ela é plana e precisou passar por um processo de tratamento térmico e impermeabilizante para proteger o edifício de infiltrações e do aquecimento devido à incidência de raios solares.

oscar niemeyer
(imagem extraída de Wikimedia)
(imagem extraída de Wikimedia)

“Eu não queria um museu de vidro, mas uma grande sala de exposições rodeada por paredes retas e por uma galeria que protege e permite que os visitantes façam uma pausa de vez em quando para apreciar a bela vista.” – Oscar Niemeyer.

+ Museu Oscar Niemeyer Curitiba

+ Museu Oscar Niemeyer Curitiba História

O MON, ou Museu Oscar Niemeyer, é outra referência arquitetônica nacional e internacional. Como o próprio nome já diz, trata-se também de uma obra de Oscar Niemeyer, inaugurada em 2002. Apelidada de “Museu do Olho”, ela está localizada no Centro Cívico da cidade de Curitiba, no Paraná. É um dos espaços culturais mais importantes da cidade e um dos maiores da América Latina, destinada às mostras de artes visuais, de arquitetura e de design. Por ela já passaram obras de grandes nomes como Tarsila do Amaral, Pablo Picasso, Di Cavalcanti, Cândido Portinari, entre outros.

A área, de 144 mil metros quadrados, já recebeu, ao longo desses anos, milhares de turistas. No início da década de 2010, o MON foi eleito, pelo site norte-americano Flavorwire e pela rede de notícias CNN, como um dos museus mais bonitos do mundo. Entre 2012 e 2015, ficou no primeiro lugar no ranking mundial das exposições mais visitadas, organizado anualmente pela revista inglesa The Art Newspaper. E, em 2016, foi citado numa edição da Vogue como um dos lugares mais interessantes para visitar fora do eixo Rio-São Paulo.

(imagem extraída de Copa 2014)
oscar niemeyer
(imagem extraída de Pixabay)

+ Museu Oscar Niemeyer Curitiba Arquitetura

O MON é, na verdade, um complexo de dois prédios, instalado em uma área de 35 mil metros quadrados, sendo, dos quais, 19 mil dedicados às exposições. O primeiro edifício, o ‘Presidente Humberto Castelo Branco’, foi projetado por Niemeyer, em 1967, para servir ao Instituto de Educação. Trata-se de um volume de linhas retas, bem fiel às características modernas, um estilo em voga na época. Ele tem o segundo maior vão livre do Brasil, com 65 metros. E em meados de 2002, sofreu alterações nas redes hidráulicas, elétricas e outras, para servir de anexo ao tal “grande olho”.

(imagem extraída de Wikipedia)

+ O Novo Museu

A reforma das antigas instalações do Instituto e a construção do Novo Museu ficou a cargo da construtora CESBE S.A. Utilizou-se o que havia de mais sofisticado em arquitetura e construção civil na época. O “grande olho” – basicamente em concreto protendido e vidro – liga-se ao primeiro edifício através de uma passarela, parte subterrânea e parte aberta. Ele é dividido em três pavimentos e está, assim como o MAC, assentado sobre um pilar central, só que quadrado e revestido de peças cerâmicas amarelas, ornadas com desenhos de Niemeyer. Quase tudo foi montado “in loco”, com exceção das lajes do teto, que foram pré-fabricadas.

“A construção do museu apresentou dois grandes desafios: o técnico, por se tratar de um projeto assinado por Oscar Niemeyer, e o de prazo de construção, que ficou limitado há seis meses, quando o normal seria de doze a quinze meses.” – engenheiro civil Marco Antônio Stavis, em reportagem de Cimento Itambé.

(imagem extraída de Gazeta do Povo)
(imagem extraída de Ana Paula HRM em Flickr)

No subsolo do museu encontra-se a ala de exposição permanente, apresentando projetos, maquetes e fotos de trabalhos de Oscar Niemeyer. Também é onde fica a administração, os espaços para eventos educativos, o ‘Pátio de Esculturas’, a reserva técnica, e o laboratório de restauro e conservação de arte. Na parte térrea, fica a entrada principal, a bilheteria, uma loja de produtos personalizados, uma cafeteria, e um espaço para eventos. No primeiro piso, há diversas salas de exposições. E os pavimentos acima, seguintes, são destinados a outras mostras.

(imagem extraída de Fotografando Curitiba)

Foto de Capa: GB News. FontesWikipediaEnciclopédia Itau CulturalGuia Turismo CuritibaTeturaarquiRio de Janeiro AquiArchDaily.


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