
Obras sem arquitetos ou engenheiros: a escolha de mais de 80% dos brasileiros
Uma pesquisa realizada pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) e o Instituto Datafolha mostrou resultados que traçam um panorama do cenário brasileiro no que diz respeito à escolha dos profissionais para a realização de obras. Dos entrevistados, 54% responderam que já realizaram reformas ou construções. Deste número, 85,4% das pessoas não utilizaram o serviço de arquitetos e engenheiros, optando por mestres de obras e pedreiros.

As obras sem arquitetos ou engenheiros são comuns em todo o território nacional, principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Entre os motivos que explicam este resultado estão a questão financeira, ou seja, é mais viável contratar um mestre de obras do que um engenheiro ou arquiteto, e também a falta de conhecimento sobre as possibilidades de contratação de mão de obra especializada. Há uma facilidade maior de contratação de pedreiros e mestres de obras, inclusive através de indicações de conhecidos.
É importante também diferenciar as atribuições de cada profissional. O arquiteto é responsável pelo projeto da residência ou estabelecimento comercial, pela aprovação das plantas e pelo acompanhamento da obra, junto ao engenheiro, cuja atribuição inclui o projeto estrutural, elétrico e hidráulico da obra. O mestre de obras seria o profissional responsável por fazer a ligação entre o engenheiro e arquiteto com os demais funcionários da obra, como os encarregados, serventes e pedreiros.

Uma reforma mais simples provavelmente não terá esta divisão de funções profissionais, mas é necessário ressaltar a importância da orientação de arquitetos e engenheiros especializados, principalmente em obras que envolvem alterações na estrutura da casa.
As dificuldades em calcular o orçamento necessário, o tamanho da obra, o prazo necessário para finalização e a escolha dos materiais de construção ideais foram também destacadas pelas pessoas que responderam ao levantamento.
Mas a pesquisa também suscitou informações importantes, como a constatação de que 70% da população economicamente ativa contrataria os serviços de um arquiteto e urbanista, e entre as pessoas que já contrataram serviços especializados, que correspondem a 7% da população ativa, o grau de satisfação é alto, chegando aos 78% dos entrevistados.

Para estimular a maior utilização dos serviços especializados, é importante o conhecimento por parte da população quanto ao direito garantido pela Lei 11.688/2008, para famílias com renda mensal de até 3 salários mínimos, de receberem assistência técnica pública e gratuita para o projeto e construção de habitação de interesse social, voltado à moradia própria. São previstos, de acordo com a lei, o acompanhamento e execução da obra por profissionais de arquitetura, urbanismo e engenharia.
Quer saber mais detalhes sobre a pesquisa e metodologia, conheça através do site do CAU/BR.
Referências: CAU/BR, G1, Gazeta do Povo, Planalto – Presidência da República