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O turismo em Amsterdã retratado através dos coffee shops

Quem visita Amsterdã pode conferir diversas atrações. Entre os pontos turísticos e programas culturais, o que atrai especialmente a atenção dos turistas são os coffee shops. Diferentes dos cafés tradicionais, pubs ou koffiehuissão, esses estabelecimentos são dedicados à comercialização de produtos, digamos, mais “temperados”.

Sim! Nos coffee shops holandeses o consumidor pode comprar, por exemplo, maconha ou haxixe. Isso porque, lá, o consumo pessoal de certas drogas é considerado legal. Obviamente, existem algumas regras para isso. Mas, mesmo quem não deseja experimentá-las pode apreciar seus locais de venda. Os coffee shops costumam ter uma arquitetura e decoração de interiores bem interessantes. Além disso, muitos deles também oferecem um cardápio de bebidas, de refeições e shows variados. Portanto, vale a pena conferir.

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Os coffee shops também são uma atração turística em Amsterdã. Na foto acima, o Baba Coffee Shop. (imagem de Viagem – Abril)

+ A venda de drogas na Holanda

Há muitas décadas, a questão do consumo de drogas mais “leves”, como a maconha, foi uma questão bem resolvida para os holandeses. Em 1978, a venda de pequenas quantidades para usuários recreativos passou a ser permitida, perante a fiscalização rigorosa das autoridades. A ideia dessa liberação veio com as tentativas de combater o tráfico ilegal, o crime organizado e a onda de violência. E foi essa a realidade durante anos.

Mais recentemente, o governo da Holanda resolveu reduzir em, pelo menos, um terço o número dos seus coffee shops no país; e extingui-los completamente do Distrito de Red Light. Diante do incômodo da sociedade com o chamado ‘turismo da maconha’ e o aumento significativo da prostituição nas grandes cidades, novas regras foram impostas. As limitações foram tantas que muitos estabelecimentos se viram obrigados a fechar. E se novas licenças não são concedidas, esses famosos pontos turísticos podem estar com os dias contatos.

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Os coffee shops fazem parte da história de Amsterdã desde os anos 70. Na foto acima, o Dampkring, que ficou famoso por causa do filme ‘Doze Homens e Outro Segredo’. (imagem de The Culture Trip)

+ O funcionamento dos coffee shops

O resultado de uma política de drogas mais tolerante fez com que o bom funcionamento dos coffee shops fosse possível durante décadas. A lei holandesa proíbe venda e posse de drogas nas ruas. A permissão para o consumo fica restrita apenas para alguns espaços públicos e estabelecimentos. Então, a prática não é de todo legalizada. Mesmo o tabaco, em Amsterdã, foi banido em espaços fechados. Por isso, alguns estabelecimentos criaram espaços separados ou, simplesmente, preferem ignorar as leis.

Os coffee shops existentes oferecem milk-shakes, sucos, cafés e uma enorme gama de produtos, incluindo as soft-drogas – sendo cinco gramas por pessoa, por dia. Só não estão autorizadas as bebidas alcoólicas.  É preciso ter mais de dezoito anos para entrar nesses estabelecimentos. Em algumas províncias do país é necessário apresentar um ‘cartão de membro oficial’, emitido apenas para moradores locais. Só que Amsterdã continua sendo uma exceção. Lá, o turista pode entrar e consumir produtos nos coffee shops.

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Somente em Amsterdã é permita a entrada de turistas em coffee shops. Na foto acima, o Amnésia, local que se assemelha à restaurante s ou cervejarias de alto padrão. (imagem de Highs Nobiety)
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Pode-se encontrar cerca de 200 coffee shops só em Amsterdã. Na foto acima, o Barney’s, que possui uma decoração inspirada em um boticário à moda antiga. (imagem de Highs Nobiety)

+ Características visuais

Publicidades de qualquer tipo dos coffee shops não estão autorizadas. Então, a identificação desses estabelecimentos nas cidades holandesas fica por conta de adesivos em verde e branco, fixados nas janelas. No mais, suas fachadas assemelham-se aos dos cafés e pubs.  Mas, ao percorrer esses locais, pode-se perceber que cada um possui características visuais diferentes.

Não se deve relacionar a ideia da venda de drogas com possíveis clientes estranhos e aparência decadente dos ambientes. É o contrário. Nos coffe shops, a arquitetura e a decoração de interiores são, em grande maioria, surpreendentes. Os espaços costumam ser muito agradáveis e simpáticos. Geralmente, as pessoas costumam ficar sentadas em mesas e balcões, conversando, observando a vista do exterior, relaxando e apreciando o passar do dia.

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O Grey Area é um coffee shop bem pequeno, detém 16 pessoas; e é frequentemente visitado por celebridades.(imagem de Findeout)

+ Os melhores coffee shops

Alguns coffee shops se destacam por sua infraestrutura, em ambientes mais tranquilos, descontraídos e informais. Confortáveis lougues, áreas de estar e salas para fumantes com mesas de sinuca, televisores, máquina de pinball, pebolim e alguns jogos de tabuleiro. As paredes são personalizadas de forma tradicional, com decoração confortável e convidativa. Seu visual moderno, porém mais ameno, é de encher os olhos.

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Na foto acima, o Hunter’s Coffee shop. Nele há ambientes luxuosos, com paredes pintadas em preto, amplas poltronas e sofás espalhados por todo lugar, um convite à relaxar. (imagem de Dicas de Amsterda)

Em Mellow Yellow o destaque está na bela arquitetura da fachada. Na área de estar de Green House podem-se apreciar peixes nadando debaixo dos pés em um grande aquário.  Em Amnésia o esquema de cores suaves e iluminação roxa destacam os bancos altos e a madeira que reveste a periferia dos ambientes. E em Abraxas o destaque são os belos mosaicos artesanais e escadas em espiral, lembrando um sonho surrealista.

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The Bulldog é a primeira loja e a mais conhecida de Amsterdã. (imagem de The Culture Trip)
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The Bulldog possui um visual atemporal, com imagens de buldogues, fotos do Distrito de Red Light; e murais com grafites vibrantes. (imagem de High Snobiety)

Agora, quem desejar ter uma experiência mais autêntica pode começar visitando o  The Bulldog Coffee Shop. Instalado em uma antiga estação de polícia, seus interiores guardam homenagens aos ex-policiais, através de artefatos criminais. Em De Rokerij os ambientes são psicodélicos, iluminados com luz negra e cheios de pinturas tribais e letreiro em neon, num clima bem místico.

O temático Dolphins representa o fundo do mar, através de paredes pintadas de azul, imagens ligadas ao oceano e um coral gigante. Já o grandioso e elegante DampKring apresenta um clima árabe, com paredes pintadas em diferentes tons de laranja e iluminação de velas, recordando também a arquitetura do sudoeste espanhol.

Fontes: Viagem – AbrilThe Culture Trip360 Meridianos, High Snobiety, Trip FeelingI am Aileen.