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O que pode ser feito para melhorar a mobilidade urbana no Brasil?

No Brasil, a maioria das cidades cresceu rápido demais e sem planejamento. Neste contexto, uma das áreas que teve o planejamento defasado foi a mobilidade urbana e, também por isso, motivo de reclamação por boa parte dos usuários.

No caso dos transportes coletivos, as reclamações são muitas: superlotação, horários ruins, falta de conexão entre as linhas, má qualidade, preço da passagem, trânsito, vias esburacadas e por aí vai. Para transporte particular, a situação também não é das melhores: há muito trânsito, as vias não são boas e o preço do combustível é elevado. A solução para tudo isso está em uma questão: com um sistema de mobilidade urbana adequado, o transporte coletivo seria de boa qualidade e mais pessoas deixariam de usar os próprios veículos, resolvendo os problemas dos dois lados, além de contribuir para reduzir a emissão de poluentes.

Imagem: auto.howstuffworks.com

+A importância de incentivar o transporte ferroviário

Uma das soluções para melhorar a qualidade da mobilidade urbana brasileira é o incentivo ao transporte ferroviário, como trens e metrôs. O problema é que o Brasil possui um grande número de rodovias e poucas ferrovias, sendo que essas últimas possuem um alto custo de implantação.

Em 2014, um grupo de trabalho ligado à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) lançou o relatório Trens de Passageiros – Uma Necessidade Que Se Impõe para diagnosticar a situação da malha ferroviária brasileira e propor ações que ajudem a inserir os trens no deslocamento de pessoas. Na época, mais de 200 milhões de pessoas (quase toda a população brasileira) circulavam pelas cidades brasileiras diariamente.

Imagem: kids.britannica.com

+Por que trens e metrôs?

Os trens ou metrôs, quando comparados aos carros, motos e ônibus, sofrem menos atrasos, menos acidentes e emitem menos gás carbônico (36 vezes menos que um carro, por exemplo), além de ajudar a diminuir o trânsito. Enquanto um ônibus transporta poucas pessoas e um carro menos pessoas ainda, o metrô pode suportar um número muito mais elevado.

Aliás, o trânsito não é um problema para quem opta pelo transporte ferroviário. Os problemas nas ferrovias acontecem com menor frequência que os de rodovias, e o tempo médio dentro dos metros acaba sendo menor que nos veículos que utilizam as rodovias.

Imagem: virginexperiencedays.co.uk

+Os trens de alta velocidade

Para os que usam as rodovias por causa do tempo de viagem, o qual pode ser menor dependendo do trajeto e do horário, há tecnologias como os trens de alta velocidade. A ideia de um trem bala que ligaria Rio-São Paulo seria capaz de fazer o percurso entre as capitais em pouco mais de uma hora, sem paradas. Porém, o projeto está parado há anos por diferentes motivos, como a falta de interesse e o alto custo de implantação.

+O tamanho da malha ferroviária no Brasil

Algumas cidades europeias possuem mais quilômetros de linha de metrô que o Brasil inteiro – por aqui, as linhas totalizam 306,2 km de extensão, um número muito baixo para o tamanho do seu território. Contando com os trens metropolitanos e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o total é de 1090,6 km de linha ferroviária no país. Embora o custo de implantação de linhas ferroviárias seja elevado, é importante pesar o quanto ele beneficia a população e as vantagens que oferece de modo geral.

Imagem: seat61.com

A melhoria da mobilidade urbana pode melhorar também a qualidade de vida ao reduzir o tempo de viagem, oferecer maior conforto e deixar a população menos estressada, além de permitir a redução da concentração excessiva de pessoas no centros urbanos, visto que morar longe não será mais um problema tão grande. Porém, tudo indica que o Brasil ainda está bem distante de ser um exemplo nesse quesito.

Referências: ANTT; G1; Agência Brasil.