
O paisagismo de Burle Marx
Paisagista, arquiteto, designer, pintor, artista plástico. Esse era Roberto Burle Marx, nascido em São Paulo em 4 de agosto de 1909.
No mês em que completaria 106 anos, diversas cidades brasileiras homenageiam Burle Marx, que se dividiu em diferentes atividades, e ficou famoso principalmente por suas contribuições para o paisagismo.
Depois de passar a infância e a adolescência em São Paulo e no Rio de Janeiro, os primeiros trabalhos de Burle Marx com as plantas iniciaram-se na década de 30. O paisagista havia retornado da Alemanha, onde viveu entre os anos de 1928 e 1930. Foi em Berlim que Burle Marx teve contato com obras que representavam diferentes movimentos de vanguarda europeus. O cubismo e o surrealismo foram as inspirações mais profundas para seu trabalho.
As plantas tropicais brasileiras foram sua paixão desde a visita ao Jardim Botânico de Berlim. No regresso ao Brasil, além de colecionar plantas e dar início aos seus trabalhos, teve aulas com Portinari e Mário de Andrade. Seu trabalho ganhou destaque na década de 40, não apenas no paisagismo – em que prevalecia a ordenação de formas e cores, sempre com as plantas nativas fazendo parte de seus projetos – como também na pintura, escultura e tapeçaria.
Suas obras curvilíneas sempre tinham a inspiração da flora brasileira. Foi em 1949 que o paisagista organizou seu acervo em um sítio adquirido no Rio de Janeiro, atualmente denominado Sítio Roberto Burle Marx e considerado um patrimônio paisagístico, arquitetônico e botânico.
+ Sempre inovador
Um artista que acrescentava a criatividade e novidades em seu trabalho, tanto na pintura, que passou por mudanças ao longo das décadas, do abstrato ao geométrico, como no paisagismo, em que a inovação sempre esteve acompanhada da pesquisa aprofundada e muitas viagens para a descoberta de diferentes espécies de plantas de cada região do país.
Ficou curioso para conhecer de perto as obras de Burle Marx? Não há desculpas, pois exemplos não faltam em diferentes partes do país. No Rio de Janeiro, o paisagista integrou o projeto dos jardins do Museu de Arte Moderna (MAM/RJ) e do Parque do Flamengo. Colaborou também com Oscar Niemeyer no conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte e no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Também na cidade natal do paisagista, o Parque Burle Marx é mais um exemplo de seu trabalho, enquanto no Recife as contribuições do paisagista foram as praças públicas, como a de Casa Forte e Euclides da Cunha. Quer mais? Nas cidades paulistas de Águas de Lindóia e São José dos Campos, em Brasília, no Piauí, em Florianópolis, e em outros países como EUA e Venezuela é possível conhecer – e se surpreender – com a beleza do trabalho de Burle Marx.
Referências: Enciclopédia Itaú Cultural, Parque Burle Marx
Imagens: Acervo Digital Unesp, Prefeitura da Cidade de São Paulo, Cidade Brasília, Parque Burle Marx, Burle Marx Escritório Paisagístico, Corujices