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Museu do Chipre realiza concurso internacional para seu projeto de revitalização. Conheça um dos inscritos.

Tá aí um lugar que pouca gente comenta: a República do Chipre! O país fica próximo ao Mar Mediterrâneo, Grécia, Síria e Turquia e tem uma história e tanto. Para se ter uma ideia, a mais antiga atividade humana conhecida por lá data do 10º milênio a.C e o local é berço de alguns dos poços de água mais antigos do mundo.

Ainda assim, seu museu arqueológico de 131 anos sofre com a falta de espaço para seu acervo e coleção, que abriga artefatos descobertos durante inúmeras escavações na ilha. Ou melhor, sofria. Isso porque há alguns meses o presidente Nicos Anastasiades anunciou uma competição internacional de arquitetura, como parte de um programa que pretende impulsionar as atividades sócio, econômica e cultural do país. O concurso pretende revitalizar o Museu Nacional de Arqueologia do Chipre, que tem cerca de 20.000 m², e os vencedores (primeiro, segundo e terceiro lugar) ganharão entre 34 e 86 mil libras.

Foto: Reprodução.

Entre as propostas recebidas, destacamos a da Civic, uma empresa de jovens arquitetos holandeses que foi fundada pelos membros da The Cloud Collective e conta com a brasileira Fernanda Romeu na equipe. Saiba mais a seguir.

O projeto

A equipe não vê o museu apenas como ícone da arquitetura mas sim como uma intervenção pública nesta área cultural que será, em um  futuro próximo, um distrito de edifícios sobre história, arqueologia e artes. Por isso, sua proposta é de construir uma praça central que irá conectar o novo centro arqueológico com o futuro Museu Bizantino, as casas dos antigos representantes que serão reutilizadas, o Teatro Municipal e o rio Pediaios. O potencial já existe na região para erguer novas construções com o propósito de abrigar eventos culturais.

O coração do novo edifício é formado por um jardim central. Ele oferece aos usuários e aos trabalhadores do museu um momento de relaxamento e contemplação. O solo do jardim é formado por diferentes tipos de pedras que podem ser encontradas por todo o país, junto com uma seleção das mais típicas plantas e árvores do lugar, formando uma espécie de oásis verde e jardim botânico para os visitantes.

Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.

Dentro do museu, a história não é só uma lição linear sobre o passado, mas também uma inspiração dinâmica para o futuro. Cada pessoa ao visitar uma exibição tem o seus próprios interesses pessoais e motivações. Por isso, a exibição permanente é organizada em um sistema circular aberto que permite ao visitante escolher a rota que deseja fazer para explorar o museu.

A ala circular interna oferece um tour rápido pelas as peças mais importantes do museu enquanto uma rota alternativa, conectada a anterior, passa pelas salas de exposições, oferecendo uma experiência mais detalhada e completa para aqueles que tem a intenção de visitar o museu por completo.

Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.

Saiba mais

O jardim interno central também pode ser usado pelos curadores para criar novas rotas temporárias dependendo do tipo de exibição ou simplesmente para conectar duas rotas existentes que podem envolver a biblioteca os laboratórios ou até os depósitos se necessário.

O museu facilita a interação com os habitantes locais, assim como com os turistas pela sua horizontalidade e fachada permeável, criando um ambiente com um caráter social.

Logo em frente a fachada principal foi criado um boulevard público para exibições, que vai em direção ao parque Pediaios, oferecendo visuais para o interior do museu e para o espaço público ao mesmo tempo, permitindo acessar espaços educacionais, exibições temporárias, a sala de conferências, a biblioteca, o restaurante e a loja do museu.

A fachada em balanço e parcialmente perfurada gera uma sombra confortável para o boulevard durante os dias extremamente quentes de Nicosia e permite as pessoas não só passar por ali, mas também ficar e aproveitar o ambiente.

Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.
Foto: Civic Architects.

 

O Novo Museu Nacional de Arqueologia de Chipre é uma mistura dinâmica de museu, fábrica, depósito, ambiente de aprendizado e centro de experiências no novo distrito cultural de Nicosia. O museu comunica a completa história da sociedade de Chipre e sua cultura, começando com as descobertas das peças arqueológicas do museu. A experiência e o entendimento do contexto destas descobertas será realçado pela arquitetura onde eles estão presentes, através da utilização de materiais locais, fazendo com que o edifício por si tambéms e torne parte da experiência de aprendizado.

 

Ficha técnica

Cliente: Ministério do Transporte, Comunicação e Trabalhos Públicos de Chipre.

Área: 20400 m².

Programa: Sala de Exibições, Biblioteca, Sala de Conferências, Laboratórios, Escritórios.

Projeto e Coordenação: CIVIC, The Cloud Collective.

Arquitetos: Gert Kwekkeboom, Jan Lebbink, Rick ten Doeschate, Ingrid van der Heijden, Joeri Sowka, Kejdi Lulja, Mohammad Khalili.

Parceiros: TCC Matters.

Renders: Civic & 3Dstudio Prins.