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Descubra como foi nosso mochilão para o Peru: Cusco, Vale Sagrado, Machu Picchu e Lima

Se você incluiu o Peru no seu roteiro de mochilão na América do Sul, certamente não irá se arrepender. Quando decidimos fazer o mochilão, Machu Picchu era uma parada obrigatória em nosso roteiro e, antes de conhecê-la, planejamos iniciar o nosso tour por Cusco, uma cidade cheia de história e cultura que nos encantou.

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Machu Picchu. Imagem: @eduardomikail

Ao chegar em Cusco, percebemos como o turismo é importante para a cidade e também fonte de renda para boa parte da população. Na tarde em que chegamos, fizemos uma breve visita ao centro histórico para reconhecimento e para comer algo. O tempo todo fomos abordados por guias nas ruas oferecendo pacotes de turismo.

Quando se trata de passeios turísticos em um local onde você não conhece nada nem ninguém é importante procurar uma agência de turismo conhecida e bem recomendada. Felizmente, nós já havíamos nos preparado com antecedência e, antes mesmo de viajar, já tínhamos todo nosso roteiro definido com a Peru Grand Travel que, com certeza, superou nossas expectativas do começo ao fim. É muito importante ter alguém em quem você confia, que preza pela sua segurança e bem estar, e nisso a agência Peru Grand Travel foi nota 10. No momento em que chegamos na cidade, eles já nos esperavam no aeroporto e nos levaram ao hotel para que, com um de nossos guias, pudéssemos revisar todo nosso roteiro, e assim nos programarmos para os próximos dias.

1° dia: City tour (Qoricancha, Sacayhuaman, Qenqo, Tambomachay)

Para começar, é importante saber que para fazer os passeios em Cusco você precisa comprar com antecedência um bilhete com todas as atrações que vão sendo marcadas a cada vez que se visita um lugar. Esse bilhete pode ser comprado em sites de turismo ou com a agência que você contratar. No dia seguinte à nossa chegada, fomos fazer o 1° passeio que se iniciou na Catedral de Cusco, localizada na Plaza de Armas. Foi lá que conhecemos nosso guia Will, o qual nos acompanharia pelos próximos dias, e logo de cara já nos demos bem. Ele, inclusive, arranhava muito bem no português e a comunicação foi bem fácil.

Catedral de Cusco

A Catedral de Cusco foi construída em cima de construções e fundações Incas, e possui estilo europeu (já que foi construída pelos espanhóis em sua vinda para conquistar novas terras na América). Por fora é permitido filmar e tirar fotos, porém, dentro da igreja é proibido. Essa catedral por dentro tem uma imensidão de salas, altares e, principalmente, materiais elaborados em madeira talhada e revestida em ouro, bem como inúmeras pinturas da época. Depois de conhecer a catedral, nosso guia Will nos apresentou uma comida típica comida peruana, chamada Tamal, feito com milho em duas versões: salgado e doce, ambos muito gostosos. Vale a pena experimentar!

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Catedral de Cusco. Imagem: @eduardomikail

Qoricancha

Nossa próxima parada foi o Qoricancha (ou Templo do Sol) que foi um lugar sagrado, construído pelo imperador Inca Pachacuti. Lá era o local de rituais e oferendas ao deus Inti (Sol). Pudemos ver a arquitetura tradicional Inca trapezoidal, com pedras polidas e encaixes harmoniosos ao longo de todo o Templo. Suas paredes eram cobertas de lâminas de ouro, mas, infelizmente, a ganância dos conquistadores espanhóis fez com que retirassem tudo para levar a Europa. Lá ficou claro para nós o quanto a arquitetura/engenharia Inca foi incrível em suas construções, com encaixes sempre perfeitos.

A construção do templo foi bastante abalada por um terremoto que ocorreu em 1650, mas, ainda assim, devido à “tecnologia” inca, ainda é possível observar a perfeição do alinhamento das janelas e paredes dentro do mosteiro. Na parte de fora nos deparamos com lindos jardins, que antigamente eram decorados com objetos grandiosos em forma de animais (por exemplo, a lhama), todos em ouro e obviamente roubados pelos espanhóis.

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Um dos templos dentro do Qoricancha, Cusco. Imagem: @eduardomikail

Sacsayhuaman

Sacsayhuaman é uma fortaleza Inca que hoje está em ruínas. Foi construída com o intuito de defesa contra inimigos e é um sítio arqueológico incrível, um exemplo da arquitetura militar dos Incas. Ela foi construída com gigantescas muralhas de rochas perfeitamente encaixadas, algo tão perfeito que não era necessário o uso de argamassa. Essas pedras chegam a pesar 35 toneladas e é bem difícil imaginar como cada uma delas foi parar ali, sem ter a tecnologia que temos hoje em dia. A explicação para o transporte das pedras é que eram utilizados troncos e cordas de fibra vegetal para poder levá-las de um lugar ao outro.

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Sacsayhuaman. Imagem: @eduardomikail

Uma curiosidade é que Cusco foi construída na liderança do Inca Pachacútec e possui a forma de um Puma quando visto de cima. A cidade representa o corpo e Sacsayhuaman a cabeça, sendo as muralhas, seus dentes. Além disso, sua construção em zigue-zague também faz apologia um raio/relâmpago. Vendo toda essa construção incrível, ficamos admirados tentando imaginar como foi construir tudo aquilo com “tão pouco”.

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Sacsayhuaman. Imagem: @eduardomikail

Qenqo

Este templo é um lugar sagrado dedicado à Pacha Mama (Mãe Terra), com construções puramente incas. Acredita-se que neste lugar eram feitos sacrifícios (principalmente de lhamas) e mumificação, sendo possível andar por caminhos que mais parecem labirintos e cavernas. Na verdade, a palavra Qenqo significa mesmo “labirinto torcido”.

Tambomachay

Tambomachay é um ótimo exemplo de como os Incas já entendiam de engenharia civil e hidráulica. É um Templo de adoração à água, que é captada do topo da montanha através de canais que direcionam a água para as fontes que possuem exatamente a mesma vazão e mesmo nível. Inclusive, já fizeram testes com garrafas e ambas enchem a mesma quantidade ao mesmo tempo.

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Tambomachay. Imagem: @eduardomikail

Ao fim do tour do 1º dia, aproveitamos o tempo livre que tínhamos para conhecer o Mercado San Pedro, que fica no centro de Cusco. O melhor lugar para se comprar souvenirs. Uma parte é até parecida com o Mercadão de São Paulo, com barracas de frutas, chocolates, queijos, pães e outros alimentos típicos da região. Encerramos nosso dia no Centro Cuzco de Arte Nativa com um show de danças típicas e folclóricas, vale a pena para conhecer mais da cultura da cidade.

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Centro Cuzco de Arte Nativa. Imagem: @eduardomikail

2º dia (Awanacancha, Vale Sagrado, Pisac, Ollantaytambo)

Awanacancha

Saímos bem cedo para nossa primeira parada, o projeto Awanacancha ou, como minha esposa apelidou, fazendinha das lhamas. Nessa fundação encontramos as cholas, mulheres peruanas trajadas com uma vestimenta colorida tradicional, e pudemos ver elas trabalhando na produção de tecidos e ainda nos ensinaram como fazem para tingir as lãs de forma natural e toda a sua produção artesanal.

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Produção de lã de lhama em Awanacancha. Imagem: @eduardomikail

A maior dica que poderíamos dar deste passeio é: se puder, fique longe das lhamas! Minha esposa estava toda feliz ao redor delas, dando comida e fazendo carinho quando, de repente, levou uma cusparada na cara! Parece engraçado (e é!) mas o cheiro do cuspe é terrível.

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Lhamas que alimentamos em Awanacancha. Imagem: @eduardomikail

Cuspidas à parte, foi nessa parada que também descobrimos as diferentes espécies de batata e milho, alimentos base da agricultura da região. No caminho para Pisac, visitamos o tão esperado Vale Sagrado.

Vale Sagrado

Um dos passeios mais procurados pelos viajantes, o Vale Sagrado dos Incas. No seu roteiro estão incluídas paradas em Pisac, Ollantaytambo e Chinchero. O Vale Sagrado tem diversos rios que descem por vales e compõe uma paisagem incrível, sendo o principal deles o rio Urubamba. Ele tem esse nome pois na época das chuvas, a água escorria pelos rios e levava minerais para o centro onde passa o rio principal, deixando assim, a terra fértil, favorecendo o plantio do milho, alimento sagrado para o povo. Pelo Vale Sagrado iniciamos nosso passeio por diversos sítios arqueológicos.

Pisac

As ruínas de Pisac ficam no alto de uma montanha, com uma vista incrível e muita história envolvida. Além de ter significado religioso, Pisac era um laboratório agrícola onde em cada terraça era plantado um determinado alimento para simular diferentes micro climas e identificar as condições ideais de plantio para diversos produtos agrícolas. Vale ressaltar que todas essas terraças possuem um incrível sistema de drenagem para regar e também evitar a erosão dos platôs.

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Terraças de Pisac vistas de cima. Imagem: @eduardomikail

Além disso, Pisac havia sido local de observatório astronômico. Antes de seguir viagem para a nossa próxima parada, experimentamos na saída outra comida típica chamada Choclo com queso, uma espécie de milho gigante (nada parecido com o milho do Brasil) com um pedaço de queijo (parece muito o queijo minas) e um pouco de sal. Totalmente aprovado!

Ollantaytambo

Após a parada para o almoço, onde tivemos a oportunidade de degustar comidas rico buffet de comidas típicas e também a bebida Chicha Morada, muito comum na região, seguimos para Ollantaytambo, que fica a 80 km de Cusco e 40 km antes de Machu Picchu, e é mais uma construção Inca incrível. Conhecida também como “cidade Inca viva”, tem esse nome por ter muitos moradores descendentes do povo Inca original.

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Ollantaytambo. Imagem: @eduardomikail

Esse sítio arqueológico é uma verdadeira obra monumental, legado do império de Pachacútec e construída em 1438. Tinha a finalidade agrícola, administrativa, religiosa e militar, chamada também de Fortaleza devido a seus enormes muros, localizado estrategicamente para dominar o Vale Sagrado dos Incas.

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Ollantaytambo. Imagem: @eduardomikail

Para fechar os passeios do dia, nossos guias pararam em uma barraca na estrada que vendia uma bebida típica que tínhamos ouvido falar, chamada Frutillada, um refresco à base de milho roxo (maiz morado), fermentado por alguns dias, fervido com especiarias e outras frutas adoçado. Não me agradou, muito mas vale degustar!

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Um brinde com os amigos da Peru Grand Travel. Imagem: @eduardomikail

3º e 4° dia (Machu Picchu)

Após conhecermos diversos pontos turísticos de Cusco, continuamos nossa jornada rumo a tão esperada Machu Picchu. O acesso é feito apenas por trem, e escolhemos a Inca Rail como companhia para fazer o trajeto. A viagem até Águas Calientes, ou, como é chamada atualmente, Machu Picchu Pueblo, é encantadora, cheia de paisagens incríveis a bordo do Inca Rail 1ª class, que tinha um atendimento excepcional. Aproveite e veja aqui como foi essa experiência.

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Imagem: @eduardomikail

Chegando em Águas Calientes, fomos recebidos pela equipe do Hotel Sumaq onde nos hospedamos (sobre o qual já relatamos nossa estadia). O hotel era localizado aos pés do rio Urubamba e tinha uma vista maravilhosa para as montanhas. Aproveitamos esse primeiro dia para descansar, pois no dia seguinte iríamos conhecer a misteriosa Machu Picchu.

Subindo a montanha

Poderíamos ter escolhido chegar a Machu Picchu do jeito mais fácil: um ônibus que levava aproximadamente 30 minutos de uma subida intensa para chegar ao destino. Mas, o gran finale de nossa viagem era de um jeito não tão fácil assim: chegar a Machu Picchu pela trilha Inca curta original e adentrá-la pela Porta do Sol.

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Início da trilha rumo ao Machu Picchu. Imagem: @eduardomikail

Iniciamos nossa trilha bem cedo, às 05h00 da manhã após tomarmos um café da manhã bem reforçado. A partir do km 106 a caminhada era repleta de subidas e degraus intermináveis, sendo aproximadamente 20 km percorridos em 8 horas (até que não demoramos tanto). Tudo foi muito mais difícil do que imaginávamos, mas a vista compensou cada gota de suor e todo o cansaço, ainda mais ao chegar na Porta do Sol (Intipunku), a mais de 2700 m de altitude e ver Machu Picchu bem pequena lá de cima de onde estávamos. A emoção nessa hora é grande, e nos pegamos chorando de tanta emoção por aquela conquista e por estarmos vendo uma das maravilhas do mundo, que era tão incrível quanto havíamos imaginado. A energia daquele lugar não tem igual, indescritível.

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Imagem: @eduardomikail
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Encerrando a visita e apreciando a vista com nosso guia Will. Imagem: @eduardomikail

No dia seguinte, voltamos novamente a Machu Picchu, porém, dessa vez, de ônibus. Agora, descansados e com mais energia, conhecemos as ruínas da cidade perdida e toda a sua encantadora história. As construções eram todas feitas com inclinação se antevendo aos abalos sísmicos. O significado de Machu Picchu é “Montanha velha” e a sua descoberta e divulgação só ocorreu em 1911, com a expedição do arqueólogo americano Hiram Bingham.

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Rio Urubamba, Machu Picchu. Imagem: @eduardomikail

Lima, a capital do Peru

A volta para Cusco foi novamente de Inca Rail, porém, escolhemos o vagão The 360°, que tinha uma vista panorâmica durante toda a viagem. De lá, partimos para o nosso último destino antes de retornar ao Brasil: Lima. Passamos dois dias na cidade, hospedados no Hotel JW Marriott Lima, localizado no coração da cidade, no bairro de Miraflores e com uma vista simplesmente incrível de frente para o mar. Aproveitamos para descansar de toda a aventura, curtir as exclusividades do hotel e do local, visitando parques e restaurantes.

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Vista da suite do hotel JW Marriott Lima, Peru. Imagem: @eduardomikail

Enfim, depois da nossa saga por alguns dos lugares mais maravilhosos da América do Sul, encerramos nossa viagem, com muitas experiências e memórias únicas, que com certeza levaremos para o resto de nossas vidas.

Agradecimentos

Assim agradecemos a todos os parceiros que nos apoiaram durante a viagem, os quais recomendo que conheçam:

GoPro Brasil – Camera Hero 6 Black
Nordweg – Mochila e acessórios
Marriott – Hospedagem em Lima, Peru
Sumaq Hotel – Hospedagem em Machu Picchu, Peru
SanDisk – Cartões SD para câmera e dispositivos de armazenamento
Western Digital – HD externo para backups de conteúdo
Peru Grand Travel – Agência de turismo especializada, Peru
Inca Rail – Transporte de trem para ida e volta de Machu Picchu, Peru
Easysim4u – Chip para celular com internet ilimitada