
Mestres da Arquitetura: a vida, as obras e o legado de Le Corbusier
Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo pseudônimo de Le Corbusier (La Chaux-de-Fonds, 6 de Outubro de 1887 — Roquebrune-Cap-Martin, 27 de Agosto de 1965) foi um arquiteto, urbanista, escultor e pintor de origem suíça e naturalizado francês em 1930. É considerado, juntamente com Frank Lloyd Wright, Alvar Aalto, Mies van der Rohe e Oscar Niemeyer, um dos mais importantes arquitetos do século XX. É conhecido por ter sido o criador da Unité d’Habitation, conceito sobre o qual começou a trabalhar na década de 1920.

Aos 29 anos mudou-se para Paris, onde adotou o seu pseudônimo, que foi buscar ao nome do seu avô materno, originário da região de Albi. A sua figura era marcada pelos seus óculos redondos de aros escuros. Morreu por afogamento em 27 de agosto de 1965.

A importância de Le Corbusier advém, em grande parte, do seu enorme poder de síntese.
Nas viagens que fez a várias partes do mundo, Le Corbusier contactou com estilos diversos, de épocas diversas. De todas estas influências, captou aquilo que considerava essencial e atemporal, reconhecendo em especial os valores da arquitetura clássica grega, como da Acrópole de Atenas.
Le Corbusier projetou a sua primeira casa com dezoito anos, em 1905, na sua cidade natal, La Chaux-de-Fonds, conhecida pela produção de relógios. Foi, aliás, essa a sua primeira atividade profissional. Nasceu numa família calvinista, onde recebeu uma formação moral que acentuava os contrastes entre o Bem e o Mal. Kenneth Frampton defende que esta atitude mental o teria influenciado no sentido da “dialética” presente na sua obra (o diálogo entre o sólido e o vazio, a luz e a sombra).
A sua influência estendeu-se principalmente ao urbanismo. Foi um dos primeiros a compreender as transformações que o automóvel exigiria no planejamento urbano.
A cidade do futuro, na sua perspectiva, deveria consistir em grandes blocos de apartamentos assentes em pilotis, deixando o terreno fluir debaixo da construção, o que formaria algo semelhante a parques de estacionamento. Grande parte das teorias arquitetônicas de Le Corbusier foram adaptadas pelos construtores de apartamentos nos Estados Unidos.
Ele defendia, jocosamente, que, “por lei, todos os edifícios deviam ser brancos”, criticando qualquer esforço artificial de ornamentação. As estruturas por ele idealizadas, de uma simplicidade e austeridade espartanas, nas cidades, foram largamente criticadas por serem monótonas e desagradáveis para os peões. A cidade de Brasília foi concebida segundo as suas teorias.
Entre as contribuições de Le Corbusier à formulação de uma nova linguagem arquitetônica para o século XX se encontram estes cinco pontos, formalizados no projeto da “Villa Savoye”:
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Construção sobre pilotis
Ao tornar todas as construções suspensas, cria-se no ambiente urbano uma perspectiva nova. Uma inédita relação “interno-externo” entre observador e morador.

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Terraço-jardim
Não mais os telhados do passado. Com o avanço técnico do concreto-armado, seria possível aproveitar a última laje da edificação como espaço de lazer.
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Planta livre da estrutura
A definição dos espaços internos não mais estaria atrelada à concepção estrutural. O uso de sistemas viga-pilar em grelhas ortogonais geraria a flexibilidade necessária para a melhor definição espacial interna possível.
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Fachada livre da estrutura
Consequência do tópico anterior, os pilares devem ser projetados internamente às construções, criando recuos nas lajes de forma a tornar o projeto das aberturas o mais flexível. Deveriam ser abolidos quaisquer resquícios de ornamentação.
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Janela em fita
Localizada a uma certa altura, de um ponto ao outro da fachada, de acordo com a melhor orientação solar.

GRANDES OBRAS DE LE CORBUSIER
Conjunto de edifícios-sede da Organização das Nações Unidas – Nova Iorque, Estados Unidos, 1953. Embora não tenha chefiado a equipe que projetou o complexo, Corbusier exerceu um papel bastante ativo. O projeto é considerado um dos representantes máximos do international style.
Palácio da Assembleia em Chandigarh, 1953. Assim como os outros edifícios da cidade, representa uma mudança na trajetória do arquiteto. Le Corbusier passa a adotar um partido mais brutalista.
Chapelle Notre-Dame-du-Haut – capela em Ronchamp, França, 1955. Uma das capelas mais famosas do mundo, também representa uma virada na obra do arquiteto.
E você conhece mais alguma contribuição desse grande arquiteto? Conta pra gente nos comentários.