
Marco arquitetônico do RJ, hotel projetado por Niemeyer é reaberto 20 anos depois

O famoso Hotel Nacional, localizado na praia de São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, foi restaurado e será reaberto depois de 21 anos fechado. Projetado por Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx, ele foi construído nos anos 70, ficou nas mãos do governo federal depois de falir e, em 2009, foi leiloado pelo valor de 85 milhões de reais.
O prédio que é um patrimônio tombado passou por muitas negociações com o órgão de patrimônio do Rio de Janeiro, o IRPH, que liberou poucas alterações no projeto original. Inicialmente, a reforma estava prevista para atender a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, mas não foi possível entregar as obras a tempo. Segundo a direção do hotel, o atraso ocorreu principalmente por conta de mudanças no projeto de decoração e também pela dificuldade em encontrar fornecedores para repor peças que não são mais encontradas no mercado.

Toda a fachada do prédio que possui um formato cilíndrico foi reformada; detalhes como o lustre da entrada passou por uma restauração minuciosa; e todo o piso foi trocado, mas preservando a cor areia proposta por Niemeyer, já que a intenção era que ele se interagisse com a vista para o mar. A mudança mais radical – e uma das poucas liberadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) – aconteceu no lobby, anteriormente aberto, e que foi fechado com vidros para garantir climatização.
Por questões de segurança, alguns espaços tiveram sua função modificada, como a boate subterrânea, que agora dará lugar a uma grande adega, e o antigo teatro, que será incorporado ao centro de convenções, por problemas relacionados à acústica e ao pé direto muito baixo.
Originalmente, se fosse necessário, Niemeyer negligenciava alguns aspectos funcionais, para não perder o efeito que desejava alcançar com sua obra. O projeto dos anos 70 previa a construção de duas torres residenciais e 55 andares, mas devido problemas econômicos não foi possível a construção completa.
As obras de recuperação do prédio custaram R$ 430 milhões e foram realizadas pelo grupo HN. O hotel conta com 413 quartos e suítes, distribuídos em 33 andares, com uma diária a partir de R$745,00. Até fevereiro, está previsto a abertura do restaurante, bar e SPA. O centro de convenções deve demorar mais alguns meses e alguns outros espaços estão previstos para começar a funcionar só em 2018.
Clique aqui para ver como ele ficou – por dentro e por fora – depois da reforma.
Fonte: Folha de São Paulo