A África é o maior continente em território do mundo, representando 9% de toda a superfície de terra do planeta. Também é o que tem o maior número de países, sendo 54 no total. Portanto, não deve ser aceitável que se queira resumir, em poucas palavras, através de textos ou diálogos curtos, as histórias, os sistemas políticos e sociais, as religiões, as culturas, as paisagens naturais e as arquiteturas tão variadas, complexas e belas pertencentes a esses povos. Não se pode generalizar, pois “ser africano” é “ser de um lugar específico dentro da África”.
O Blog da Arquitetura separou dois destinos incríveis que todo turista, se possível, deveria conhecer. O primeiro é a moderna e também vívida Joanesburgo. O segundo é a vibrante e cheia de atrativos Cape Town. Ambas as cidades estão localizadas na África do Sul, a ex-colônia europeia do extremo sul do continente e ponto estratégico para as rotas marítimas, que sofreu com o regime de segregação racial Apartheid, entre os anos quarenta e noventa. Veja mais informações a seguir!
+ Joanesburgo
Quem imagina que na África só existem florestas, desertos e animais selvagens, está muito enganado. Joanesburgo é o exemplo perfeito de que nesse continente também há núcleos urbanos cosmopolitas, com áreas comerciais e residenciais sofisticadas e inúmeras atrações culturais, artísticas e arquitetônicas – algumas futuristas – imperdíveis para todos os viajantes.
A cidade, descendente da colonização holandesa, foi considerada referência para a Corrida do Ouro, na década de 1880. Já na primeira metade do século XX, foi nomeada a capital do país. E em 1994, seu povo assistiu ao surpreendente fim do Apartheid. Hoje, Joanesburgo transborda receptividade e alegria. Sua paisagem é cool, cheia de edifícios modernos, que não se distanciam, nem um pouco, das referências étnicas do passado.
+ A arquitetura e urbanismo de Joanesburgo
A área urbana de Joanesburgo é formada por um conjunto de distritos e subdistritos conectados através de autopistas. Uma das características mais bonitas de sua paisagem é a presença de um elevado número de espécimes vegetais – sendo a cidade considerada, inclusive, como uma das mais bem arborizadas do mundo. Também há, dentro de seu território, muitos parques, praças e campos de golfe. Mas são os edifícios, principalmente dos complexos comerciais, que atraem a atenção dos visitantes. Um deles é o ‘Top of Africa’, localizado no Carlton Center, que, com 50 andares, é considerado a estrutura mais alta construída na cidade.
+ Sandton City e Melrose Arc
Dos lugares com mais mansões, shoppings e hotéis na cidade, alguns se destacam. O Sandton, por exemplo, é uma área empresarial com grandes torres corporativas. Também é onde está localizada a famosa Mandela Square, com a estátua do já falecido ex-presidente Nelson Mandela, e onde tem um dos melhores shoppings da cidade, o Sandton City, e o extravagante Hotel Michelangelo.
Já o Melrose Arc é um complexo urbanístico bem atrativo, resultado de um planejamento arquitetônico que reúne trabalhos de vários profissionais renomados. Dividido em diversas áreas – como corporativa, varejo, social e residencial; apresenta uma arquitetura em estilo pós-moderno, com muitas estruturas feitas em concreto armado, tijolos aparentes e vidros translúcidos.
+ Neighbourgoods Market e Maboneng
Quem prefere lugares com visual mais alternativo precisa seguir para outras direções da cidade de Cape Town. Em Neighbourgoods Market – área que faz parte de um projeto de revitalização do centro da cidade – há sempre ótimas feiras de gastronomia e artesanato. O 44 Stanley Avenue Centre é o local de excelentes estúdios de design. Já em Maboneng, os prédios que antes eram ocupados por fábricas deram lugar a lofts de artistas, galerias e outras instalações que são só frequentadas por criativos.
+ Soweto e o Museu do Apartheid
Agora, quem busca informações sobre a história e cultura local precisa conhecer, primeiramente, o bairro do Soweto. Esse distrito é, simplesmente, uma das maiores favelas do mundo, local de onde saíram várias das personalidades importantes que lutaram contra o regime do Apartheid. O museu que conta todos esses fatos fica localizado nas proximidades. Sua arquitetura foi pensada de modo a expor a opressão, a discriminação e os atos covardes da minoria branca sobre as pessoas negras e indígenas.
+ Cape Town
Cape Town, ou Cidade do Cabo, é a capital legislativa da África do Sul. Ela está localizada entre uma belíssima cadeia de montanhas com cerca de mil e oitocentos metros de altura por três quilômetros de extensão. A Table Mountain é considerada como uma das sete maravilhas naturais do mundo atual. Antes da construção do Canal de Suez – que fica no Egito, entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Vermelho – esta região, geograficamente privilegiada, era um entreposto comercial, ligando os navios que partiam da Europa às índias.
Oficialmente, a cidade de Cape Town foi fundada no ano de 1652. Ela foi o primeiro assentamento europeu no país, colonizada por holandeses e ingleses. Atualmente, é uma das regiões mais bonitas do mundo. Não à toa, foi, em 2010, escolhida como uma das sedes para a Copa do Mundo de Futebol Masculino. É difícil destacar qual a sua maior riqueza – se são os seus moradores ou suas construções, vegetação, topografia, praias e mar estonteante.
+ A arquitetura e urbanismo de Cape Town
Percebe-se que a arquitetura de Cape Town recebeu influência de vários estilos, tanto nacionais quanto internacionais. Há exemplares que seguem, nitidamente, os preceitos da arte europeia. Em especial, a holandesa e a francesa, do século XVII – um exemplo claro é o centro comercial City Bowl e o Castelo da Boa Esperança. E ainda os mais sofisticados prédios, com detalhes georgianos e vitorianos, como visto nas ruas Muizemberg e Tambor Skloof, que são o reflexo da colonização inglesa.
+ Bairro Bo-Kaap
Também existem alguns modelos de edificações que lembram as construções desenvolvidas por muçulmanos e escravos, vindos de outras partes do continente africano e asiático, ainda no século XIX. Como exemplo, tem-se o bairro Bo-Kaap. Ele é habitado, atualmente, por malaios que foram a Cape Town para trabalhar e acabaram por colorir as moradas, preservando o estilo original das arquiteturas, mas dando um toque mais alegre à cidade.
+ Upper City, Robben Island e MOCAA
Há mais recantos interessantes, que simbolizam outros momentos da história, para se visitar em Cape Town. O Upper City Centre, por exemplo, apresenta ruínas de mais de trezentos anos de idade, que sobreviveram tanto a chegada da modernização quanto ao regime do Apartheid. Esse fato também é contado no Robben Island Museum, onde, antes, ficava a prisão de segurança em que Nelson Mandela esteve preso por dezoito anos. Já o novo Museu de Arte Africana tem uma arquitetura mais arrojada, fazendo relação à visão futurista que os arquitetos têm para a cidade.
+ Waterfront
Além da questão arquitetônica, obviamente muito impactante, Cape Town tem um ótimo planejamento urbano e paisagístico. Suas ruas são largas e modernas. Há diversas áreas verdes, entre praças, parques e jardins – a maioria de extremo bom gosto, como o Company’s Gardens. E a área portuária, chamada de Waterfront, é o resultado de um processo, bem pensado e executado, de aterramento e revitalização. Agora, essa zona é repleta de docas de navios, shoppings, lojas, bares e restaurantes.
Imagem de capa: extraída de & Beyond – Vista superior Cidade do Cabo. Fontes: MSC Cruzeiros, Guia Melhores Destinos, Vem por Aqui, Casa Vogue, Viagem e Turismo.
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