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High Line Park: um exemplo icônico e inovador de transformação urbana

Definitivamente, Nova York é uma das cidades mais lindas do mundo. Ela recebe milhares de turistas diariamente. Alguns desses visitantes preferem fugir do óbvio e fazer um passeio diferente, vendo a cidade por outro ângulo, longe dos famosos decks de observação. Sendo assim, pensando em um lugar para relaxar, ler e caminhar, nada melhor do que os parques de Manhattan. E um dos mais novos e preferidos lugares dos nova-iorquinos é o High Line Park.

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Realizando todo o percurso através do High Line Park pode-se conhecer boa parte de Nova York. (imagem de Wikimedia)

Sobre uma passarela suspensa, a oito metros de altura, desenvolve-se um parque linear com dois quilômetros e meio de comprimento. Construído em 2009 sobre uma antiga linha de trem, o High Line atravessa três bairros da cidade. Toda a área ao seu redor passa por um excelente crescimento imobiliário. Durante o percurso a pé, que pode durar até duas horas, o visitante passa por edifícios novos e antigos – alguns têm até janelas abertas voltadas para o parque.

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O High Line possui vários acessos, inclusive para cadeira de rodas; e se estende da Gansevoort Street até a rua 34th Street entre a 10th e 11th Avenue. (imagem de Urban Land Institute em flickr)
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Em alguns pontos do parque há mirantes para contemplação da paisagem urbana. (imagem de David Berkowitz em flickr)

Atualmente, o High Line Park representa um exemplo icônico, inovador e sustentável de transformação urbana. Mas antes de ser um orgulho para Nova York, a linha de trilhos elevados era uma verdadeira dor de cabeça para a prefeitura.

Construída em 1930, a ferrovia, que antes era o destino das mercadorias trazidas ao distrito industrial de Manhattan, tornou-se desnecessária. Após a década de 1980, cogitou-se a sua destruição, mas os moradores da região se uniram para recuperá-la e transformá-la em algo mais significativo.

Em 2002, surgiu a Friends of the High Line. O grupo, junto dos governantes, foi o responsável pela transformação da antiga ferrovia em jardim suspenso. Após a realização de um concurso arquitetônico e paisagístico, onde as propostas do estúdio James Corner Field Operations e do escritório Diller Scofidio + Renfro foram escolhidos, a flora e a fauna, finalmente, puderam tomar este espaço antes abandonado pelo homem.

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Os elementos de ferro da antiga estrutura foram lixados para a remoção da pintura original e recebeu três novas camadas de tinta. (imagem de Wikipedia)

+ O projeto arquitetônico de High Line

A ideia de intervenção para o High Line era revitalizar a área da antiga ferrovia, incluindo galpões e fábricas existentes no entorno. A proposta incluía a criação de uma área verde sobre a plataforma de trens abandonada e também a conversão das edificações em galerias de arte, estúdios de design, lojas, restaurantes, museus e residências. Desse modo, não só ajudaria no desenvolvimento da região, como também melhoraria a qualidade de vida da população local.

Todo o trilho de ferro, ainda existente, foi removido temporariamente do local. Durante a reforma, foi construído um sistema de drenagem e uma camada de concreto para a impermeabilização do elevado. Depois, as peças já recuperadas foram devolvidas ao seu local original. Elas foram intercaladas entre placas pré-fabricadas, assentos de madeira, escadas, elevadores e milhares de espécies de vegetais.

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Ao longo do parque há exposições de street art, parte do projeto High Line Art. (imagem de Shawn Collins em flickr)

A linha dos trilhos é enfatizada, à noite, pelas luminárias de LED. Já o caminho para os pedestres é formado por placas de concreto, em distribuição e proporções variadas, que quebram essa linearidade da antiga ferrovia. Ainda ao longo do parque, o visitante pode conferir também belíssimas obras expostas ao ar livre. O High Line tornou-se um cenário perfeito para expressão de arte contemporânea, já que no bairro há uma grande concentração de galerias.

+ A vida natural em High Line

A composição dos jardins em High Line Park deve-se ao plantio de cerca de mil árvores e cinquenta mil mudas de diferentes tipos de vegetação. Elas foram selecionadas por uma equipe de horticultores a partir de viveiros ao longo da Costa Leste americana. Também permaneceram no local as plantas que cresceram durante o período de abandono. Tudo isso foi muito bem planejado, visando coincidir com as ideias dos projetistas.

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A ONG Friends of the High Line e o Departamento de Parques e Recreação de NY são responsáveis pela manutenção do parque. (imagem de Wikipedia)

A integração harmônica das espécies com os equipamentos urbanos e dos elementos estruturais com a paisagem edificada ao redor era fundamental. Todo o passeio foi pensado com áreas verdes em ambos os lados, coexistindo com os trilhos e alternando com a nova pavimentação – que estimula o crescimento natural. Para que as plantas resistam ao inverno rigoroso de Nova York, foi instalado um sistema de aquecimento por baixo dos canteiros. Isso manterá todas as raízes dentro da faixa de temperatura ideal.

Quer fazer um rápido tour pelo parque? Então, assista ao vídeo:

Fontes: AU, Arch Daily, Inhabitat, Vitruvius, IG.