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Frank Lloyd Wright: conheça a vida e obra do maior arquiteto americano de todos os tempos

Se estivesse vivo, Lloyd completaria 150 em 2017. Por isso, o MoMa organizou uma grande exposição em sua homenagem.

Em 1867, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, nascia Frank Lloyd Wright. Exatos 124 anos depois, o American Institute of Architects o chamaria de “o maior arquiteto americano de todos os tempos”. Em verdade, pode-se dizer que sua mente era mesmo brilhante, muito à frente de seu tempo. Seus métodos eram inovadores e influenciaram os rumos da arquitetura moderna.

Lloyd foi designer, escritor e educador, ou seja, um artista completo, que ainda continua inspirando jovens profissionais de todas as partes do mundo.

(imagem extraída de MoMA em Arcoweb)

+ Conexão interior e exterior

Nos projetos de Frank Lloyd Wright, espaço interno e externo eram extensão um do outro. A ideia era, em tese, bastante simples, conseguir integrar natureza e construções. Sua atenção começava pelo estudo volumétrico da edificação e se estendia à fachada – criando, inclusive, portas e janelas exclusivas até chegar aos móveis e objetos decorativos. Tudo conversava entre si, como uma unidade.

 “O edifício bom não é o que fere a paisagem, mas sim aquele que a torna mais bonita do que era antes dele ser construído” (Frank Lloyd Wright)

Casa da Cascata ou Fallingwater. (imagens extraídas de Pinterest e Blink Learning)

+ Obras emblemáticas

Frank Lloyd Wright destacou-se por seu extenso trabalho na concepção de projetos arquitetônicos, principalmente na área da habitação. Mas ele também fez bons edifícios para escritórios, templos, escolas, hotéis e museus. Foram mais de mil obras, sendo que somente a metade ainda está em pé. Dessas quinhentas, dez estão listadas como patrimônio da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Lloyd desenvolveu experimentos em diferentes estilos artísticos, como o Tudor inglês, o Arts and Crafts escocês, o geométrico de Yucatán e até o clássico japonês. Também explorou as mais novas tecnologias em sistemas de construção, como os blocos de concreto decorados com padrões. Pode-se perceber que seu repertório era bem vasto. Então, seu trabalho jamais poderá ser rotulado em uma única escola, sendo atemporal.

Hotel Imperial de Tokyo.(imagem extraída de Julian Krakowiak em Bloomberg)
Maquete e planta axonométrica da Torre de São Marcos. E volume já concluído da Torre Price. (imagens extraídas de AZ Armazém da Decoração e MOMA em UOL)

Se esse arquiteto americano ainda estivesse vivo, ele completaria 150 em 2017. Por isso, neste ano, o MoMa – Museu de Arte Moderna de Nova York – organizou uma grande exposição em sua homenagem. A ‘Frank Lloyd Wright at 150: Unpacking the Archive’ reúne centenas de peças, entre desenhos e protótipos, desenvolvidos entre os anos de 1890 e 1950.

+ Arquitetura Orgânica

“A forma e a função são uma só” (Frank Lloyd Wright)

Frank Lloyd Wright é considerado o “pai da arquitetura orgânica”. Ele ganhou esse título porque passou a vida defendo uma teoria bastante avançada, influenciada diretamente pelo mundo natural. O arquiteto acreditava que todas as edificações deveriam ser únicas, de acordo com sua localização e finalidade. Precisariam atender bem todas as necessidades de seus usuários. Deveriam estar em harmonia com o entorno, como se tivessem brotado naturalmente do solo, tal organismos vivos.

Galerias do interior do Museu Guggenheim de Nova York. (imagem extraída de La Prensa)
Exterior do Museu Guggenheim de Nova York. (imagem extraída de Archdaily)

+ Início da carreira

Frank Lloyd começou seus estudos na Escola de Engenharia da Universidade de Wisconsin, na década de 1880. Ele abandonou o curso para ir trabalhar em Chicago, como desenhista de Joseph Lyman Silsbee. Entre os anos de 1888 e 1893, passou a ocupar um cargo no escritório de Adler & Sullivan – pioneiros no planejamento de arranha-céus. Como aprendiz, sua primeira participação foi no projeto do Auditorium Building.

Unity Temple. (imagem extraída de AZ Armazém da Decoração)

No início do século XX, Wright foi contatado pelo fabricante de ornamentos W. H. Winslow para o desenvolvimento de um projeto habitacional. A ‘Casa Winslow’ foi o primeiro exemplar de muitos que incorporaram o estilo de planta aberta – geralmente, com uma escada ou uma chaminé no centro da edificação. As ‘Prairie Houses’, como são conhecidas, marcaram a primeira etapa da carreira desse brilhante profissional.

The Robie House. (imagem extraída de Pinterest em You Can Find)

+ Período Entre Guerras

O período Entre Guerras não foi muito favorável para a construção civil. Enquanto a maioria dos arquitetos diminuía a produção de projetos, Frank Lloyd Wright deu início a um extenso trabalho, que iria revolucionar o conceito americano de moradia. As ‘Usonian Houses’ foram uma série de casas de visual futurista, porém muito práticas e econômicas, próprias para a classe média. Elas apresentavam um estilo mais clean, com linhas simples, telhados quase chatos, estruturas horizontais e sem a necessidade de fundações. São exemplos desse período as famosas casas Taliesin, Graycliff e Fallingwater.

Casa Taliesin East. (imagem extraída de Archdaily)

+ Anos 50

Durante as décadas seguintes, Frank Lloyd avançou bastante em seus estudos a respeito do ambiente natural e construído, incluindo também o planejamento urbano. Suas obras apresentavam formas cada vez mais arrojadas. Isso ficou mais evidente com o Museu Guggenheim de Nova York, um projeto nada convencional, bem audacioso e emblemático, que tem gerado discussões mesmo nos dias de hoje. Ainda antes de morrer, o arquiteto elaborou um plano para a cidade de Bagdá, no Iraque. Porém, infelizmente, esse projeto não pôde ser executado.

Planta de corte do edifício do Museu Guggenheim de Nova York. (imagem extraída de Archdaily)
Proposta urbana para Bagdá. (imagem extraída de Bloomberg)

Fontes: Casa ClaudiaArchdailyMac DesignViva Decora.


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