
Fotografias são utilizadas no estudo da poluição luminosa
Postes de luz, anúncios e outras fontes luminosas artificiais são muito comuns, principalmente nas grandes cidades. Sinônimo dos tempos modernos, o excesso de luz artificial causa o que chamamos de poluição luminosa que, além de gerar problemas para a saúde humana, como o stress, dor de cabeça e cansaço visual, também é prejudicial ao meio ambiente, influenciando os ciclos migratórios e reprodutivos de diferentes espécies animais. Esta poluição também dificulta a visibilidade do céu e das estrelas, e é tema de estudo dos astrônomos há décadas.

Uma das causas apontadas como motivo da poluição luminosa é a instalação de candeeiros que não direcionam a luz exclusivamente para baixo. Entretanto, a medição da intensidade e dos efeitos causados pela poluição luminosa, como o brilho que envolve as regiões mais populosas da Terra, são algumas das dificuldades enfrentadas pelos cientistas, que agora contam com uma ajuda extra: as fotografias da Terra, em alta resolução, capturadas por astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS).
Em um estudo apresentado na Assembleia Geral da União Internacional de Astronomia, no Havaí, os primeiros resultados apresentados demonstraram que as grandes manchas luminosas no espaço são provenientes da iluminação pública e dos prédios.

Para chegar a estas conclusões, foi fundamental catalogar as mais de 130 mil fotografias tiradas pelos astronautas na última década, o que contou com a ajuda do projeto Cities at Night, em que o público auxilia na classificação das imagens.
Além disso, as fotos foram avaliadas conforme as estrelas e foi também realizada, para complementar os estudos, a medição da poluição luminosa diretamente nas cidades. Auxiliados pelas fotografias, os pesquisadores avaliaram as localidades com mais intensidade de iluminação, e fizeram estimativa dos gastos públicos com a energia elétrica. O objetivo é estender as pesquisas para várias regiões do planeta.

As fotografias, neste caso, são importantes ferramentas para os estudos e posteriores alterações no sistema de iluminação pública das cidades – como por exemplo, a substituição das lâmpadas de sódio dos postes por lâmpadas de LED, mais econômicas e direcionadas. Com essas mudanças, além da melhora da saúde das pessoas e da condição do meio ambiente, finalmente vai ser possível olhar para o céu e enxergar as estrelas.
Referência: Agência O Globo, Laboratório Nacional de Astrofísica, News and Reviews in Astronomy & Geographysics