
Fofo: arquitetos reformam a casa do avô levando em conta a acessibilidade
Com o aumento da expectativa de vida da população, as soluções voltadas às pessoas com mais idade se tornam cada vez mais importantes. Isso inclui produtos e serviços desenvolvidos de acordo com as necessidades específicas dos idosos, que exigem mais cuidados e atenção, principalmente no que se refere à saúde e à qualidade de vida. E a arquitetura tem muita ligação com esses aspectos, pois é muito importante pensar na acessibilidade dos mais idosos, seja nas cidades ou até mesmo dentro de casa.

A mobilidade reduzida e, em muitos casos, problemas de saúde, acabam limitando as atividades das pessoas com mais idade, inclusive em suas residências. Boa parte dos acidentes e quedas acontecem em casa. Por isso, os cuidados com acessibilidade são fundamentais. Pensando nisso, a dupla de arquitetos Giuliano Camatta e Guilherme José fez adaptações na casa de ninguém menos do que o avô Henrique Fernando Tetzç, o vovô Henricão, de 92 anos.
Localizada no bairro do Horto, em Belo Horizonte, a casa foi reformada com o objetivo de facilitar as atividades diárias de Henricão e diminuir os riscos de acidentes como, por exemplo, no sobe e desce de escadas. A casa havia sido construída pelo próprio Henrique, na década de 50. Em 2013, os arquitetos e Henrique tiveram a ideia de “habitar”, como denominaram, um espaço importante da casa: a garagem. Ali era o local em que Henrique havia trabalhado a vida toda, em uma oficina.

Como resultado das reformas e adaptações promovidas pelos arquitetos em dois meses, a garagem se transformou em um loft, e a outra parte da casa que até então ele habitava foi alugada para uma maternidade vizinha.
As mudanças
O espaço foi dividido entre o térreo, com 36m, e o mezanino, com 24m². O custo da reforma, já incluindo os materiais e mão de obra, foi de 30 mil reais. A decoração conta com elementos retrô e em estilo industrial. E cada detalhe deixou o loft ainda mais estiloso, dos azulejos escolhidos à iluminação.

Para garantir mais segurança, o quarto e o banheiro ficaram no térreo, com integração à cozinha e área de serviço, sendo possível dividir estes dois espaços com uma cortina, quando necessário. No mezanino foi criado um espaço de convívio entre os familiares e uma varanda, com uma pequena horta cultivada pelo próprio Henrique.
Uma das principais mudanças foi na escada, que para aumentar a segurança, foi adaptada, diminuindo-se a altura entre um degrau e outro, e fixando fitas antiderrapantes, corrimão e um gradil de proteção na lateral. Aliás, as mudanças criaram melhor acessibilidade dentro de casa e combinaram com a decoração do espaço.
+Fotos
Veja mais algumas imagens da casa depois da reforma e da planta arquitetônica:




Imagens: Izabel Diniz/MEIUS Arquitetura. Referências: MEIUS Arquitetura, Hometeka