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Esses projetos brasileiros souberam aproveitar todas as vantagens dos contêineres

O uso do aço na construção civil já não é mais nenhuma novidade. Agora, outra ideia que vem crescendo no mercado é a utilização de materiais alternativos, como os contêineres marítimos, para resolver problemas arquitetônicos nas grandes cidades. Trata-se de uma solução muito arrojada, “verde”, de apelo moderno e preço atraente, que pode ser ainda de alto padrão para as moradias. Sem dúvidas, uma boa maneira de vencer barreiras construtivas que impõe aos profissionais, em muitos casos, o uso restrito à alvenaria convencional.

Malcom Mclean aprimorou a logística de transporte de cargas quando criou, na década de 1930, os contêineres. Mas, infelizmente, esse tem sido um sério problema para o planeta. Em menos de oito anos o metal de cada caixa vira sucata, quando poderia, na verdade, durar até noventa anos, se empregado em outro setor. Portanto, seu reuso é não é apenas uma simples tendência estética. Trata-se de uma resposta dos pesquisadores de como evitar que esse material seja mais um dos tantos poluidores do planeta. Por isso, arquitetos e engenheiros civis, inclusive no Brasil, têm testado diferentes possibilidades de sua aplicação na construção civil.

(imagem extraída de Pixabay)

+ Arquitetura com contêineres

Para que uma construção com contêineres seja bonita e eficaz, é preciso que o projetista preveja uma série de adaptações nas peças. Muitas pessoas acreditam que o resultado final são espaços compactos e desconfortáveis, mas isso está errado. O apelo sustentável e o aspecto industrial do material não deixam dúvidas quanto a sua aplicabilidade na moradia moderna. Além de que, há inúmeras tecnologias capazes de resolver qualquer possível desvantagem.

O maior benefício do uso dos contêineres para a arquitetura são todas as “reduções”. Primeiro, do custo total da obra – trinta por cento mais barato em relação às convencionais; diminuindo inclusive o número de operários. Segundo, do reaproveitamento dos materiais, que evita o aumento da poluição no planeta. Terceiro, do tempo – que permite que a obra seja feita em etapas. E, por último, de peças estruturais – já que os blocos resistem à uma soma de três ou quatro andares, sobre fundação sólida adequada.

(imagens extraídas de Tempohousing em Facebook e Livin Spaces)

O maior condomínio de contêineres do mundo chama-se Keetwonen e localiza-se em Amsterdã, na Holanda. Trata-se de uma moradia estudantil, ou uma “cidade universitária”, com mil unidades de habitação, um café, um supermercado, escritórios e áreas de esportes. A ideia, lançada pela empresa Tempohousing, segue uma organização de unidades em blocos e com telhado comum, capaz de drenar a água da chuva, dispersar o calor e isolar muito bem os interiores.

Casas contêineres no Brasil

Uma das primeiras experiências projetais bem sucedidas com contêineres no Brasil foi realizada no Paraná. Os arquitetos Danilo Corbas e Priscila Ferstemberg utilizaram unidades metálicas de doze metros – comportando trinta mil quilos de carga cada uma – para construir uma bela residência em apenas cinco meses. No total, são dois pavimentos, que somam duzentos e vinte metros quadrados, com direito à biblioteca, cozinha com ilha, varanda com churrasqueira e suíte com closet.

(imagens extraídas de Casa e Design Atitude Sustentável)

Já em Florianópolis, em Santa Catarina, a GhiorziTavares Arquitetura, em parceria com a empresa Verde Empreendimentos Sustentáveis, desenvolveu um projeto para duas residências em contêineres. Foram utilizadas oito unidades metálicas, de doze metros cada, que somam duzentos e cinquenta metros quadrados. Todos os volumes foram revestidos, externamente, com placas cimentícias e LAP Smartsaide e, internamente, com drywall e o OSB. O objetivo disso é conseguir um incrível efeito estético e explorar a proteção térmica que esses materiais podem oferecer. As duas casas ainda contam com sacadas cobertas, cobertura verde, jardins verticais, brises móveis, uma cisterna e iluminação em LED.

(imagens extraídas de Ghiorzi Tavares)

+ Condomínio em Piracicaba

Reciclar contêineres para a criação de moradias é sempre uma boa opção. A prova disso é o projeto, recém-lançado, desenvolvido pela empresa Bauma Rental, sob o comando do empresário Antonio Carlos Leão Martins. O condomínio LionBox, em Piracicaba, no interior de São Paulo, foi construído à partir desse novo conceito. É o primeiro empreendimento desse tipo no país. São vinte e oito apartamentos de vinte e oito metros quadrados cada, distribuídos em quadro andares. Eles são destinados aos estudantes e trabalhadores que desejam começar uma vida na cidade.

As unidades, em contêineres adaptados, possuem um ou dois dormitórios com sacada. Os apartamentos já vêm mobiliados. Todos os ambientes são protegidos com uma camada protetora de isopor e gesso. Eles também possuem um sistema artificial de refrigeração e de iluminação, com a utilização de lâmpadas de LED. Outro detalhe interessante do projeto é o revestimento de piso do pátio, que é permeável e reaproveita a água da chuva para a irrigação do jardim.

(imagem extraída de G1)
(imagens extraídas de G1)

O vídeo a seguir mostra um pouco mais do empreendimento: 

+ Condomínio em Porto Alegre

Idealizado pelos empresários Mário Cesar Lobo e Lígia Saldanha, o condomínio Tchê Suítes está localizado na cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Tem dezesseis apartamentos quitinetes, que somam quatorze metros quadrados. Todos possuem um dormitório, um banheiro e cozinha. Têm proteção térmica, mas também um sistema simples de ar-condicionado. O objetivo dos proprietários é alugar os espaços para os estudantes que veem do interior para estudar e têm preferência por uma moradia mais sustentável.

(imagens extraídas de Administradores e Clic RBS)

+ Hostel em contêineres

Projetado pela empresa Delta, o Tretris é o primeiro hostel construído com contêineres aqui no Brasil e o maior do mundo. Localizado em Foz do Iguaçu, possui dois pavimentos compostos por quinze módulos metálicos adaptados e transformados em cômodos. Trabalha com uma estética visual bem jovem e descolada. E apresenta uma arquitetura sustentável e ecológica. Cem mil garrafas PET recicladas foram usadas como isolamento térmico e acústico, além de uma cobertura verde. Também há um sistema de aquecedores solares, uma cisterna para armazenamento de água da chuva e um tratamento próprio de esgoto, feito com raízes de plantas.

(imagem extraída de Condomínios Verdes)
(imagens extraídas de Hostel World)

Ainda não se convenceu? O vídeo abaixo apresenta um incrível exemplo de residência construída, aqui no Brasil, utilizando o sistema de empilhamento de contêineres:

 

Fontes: AdministradoresGhiorzi Tavares, IGCondomínios Verdes, Blog Ademilar.


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