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Esse artista alemão cria arquiteturas impossíveis, mas incrivelmente interessantes

A arquitetura não é apenas uma profissão. Ela é considerada também uma manifestação artística. Como as demais expressões visuais, ela desafia a percepção dos observadores sobre o espaço, evoca certas associações e sentimentos e, por vezes, desafia o impossível. Foram os seus incríveis detalhes que inspiraram as obras do alemão Matthias Jung. Esse designer gráfico viajou por diversos países da Europa, da Ásia e da América do Norte. Durante o trajeto, registrou dezenas de paisagens por meio de fotografias e foram, justamente, essas imagens que serviram de pano de fundo para alguns de seus trabalhos.

(imagem extraída de Unit-seven)

+ O profissional

Matthias Jung nasceu em Verl, uma aldeia perto de Hanover, no norte da Alemanha. Hoje, ele vive em uma cidade da região sul, perto de Stuttgart. É lá que ele mantém seu atelier e vende suas peças. Já faz certo tempo que o profissional vem lançando algumas coleções importantes. Foi em 2008 que ele publicou e expôs seu trabalho pela primeira vez. Esse é o período em que o nome de Jung começou a alcançar uma notoriedade no mundo das artes.

(imagem extraída de Ignant)

Anos depois, ele lançou a série “Surreal Houses”, que é composta de colagens bem divertidas e inusitadas; e a “Pequenos Poemas Arquitetônicos”, que inclui elementos visuais de residências e arranha-céus coloridos. As sete imagens intituladas “Casas”, de 2015, são montagens baseadas em fotos, tiradas durante a viagem que Jung fez pelo noroeste do país. Em todas as peças, o observador é levado a repensar conceitos, a fantasiar lugares nunca antes vistos e estruturas totalmente encantadoras, mas impossíveis de existir, com um verdadeiro sonho infantil.

(imagens extraídas de Charivari e Zabadu)
(imagem extraída de Design Boom)

+ Processo artístico

Tudo começou como uma brincadeira. Foi ainda criança que Matthias Jung fez suas primeiras montagens, utilizando materiais simples, como tesoura e cola. Depois, frequentando o laboratório fotográfico do pai, o artista descobriu novos processos, por meio digital.  O trabalho plástico, retratando edifícios – pedaços de casas, catedrais, portas, janelas, vitrais e outros – teve como base as fotografias tiradas por ele mesmo. Claro que hoje as possibilidades computacionais são infinitas e impressionantes, mas Jung usa os programas apenas como ferramentas, jamais determinando o conteúdo de suas obras.

(imagens extraídas de Ignant e Zabadu)

+ Motivações e objetivos

Se esses edifícios, das obras de Matthias Jung, fossem reais, eles desafiariam as leis da física. Em verdade, essas arquiteturas são impossíveis. O que, aparentemente, o artista deseja revelar é uma espécie de ‘paisagem interior’. Sobre sua própria perspectiva, ele transforma imagens de elementos estáveis, homogêneos, ordenados e harmoniosos em algo totalmente adverso. Um tipo de decoração estranha, sobre um cenário bastante bucólico.

(imagem extraída de Ignant)
(imagem extraída de Ignant)

Em cada imagem, Jung faz diferentes associações, todas muito conflitantes. Elas quase conseguem enganar seus espectadores, que pensam, primeiramente, em lugares que poderiam até existir, que só não haviam sido explorados. Mas, na verdade, são construções irreais, impossíveis, com sequências e padrões incomuns, que passam sensações desconfortáveis ou desconexas. Isso é totalmente fora do contexto constitutivo da arquitetura, que é de compor lugares verdadeiramente habitáveis.

(imagem extraída de Charivari)

FontesArcowebZabadu.


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