Para os amantes de fotografia, maio é o melhor mês do ano. Isso porque nesse período é celebrado o Maio Fotografia, com eventos e exposições em diversos espaços da capital paulista. Um desses locais é o Museu da Imagem e do Som – MIS, um dos principais centros de arte e cultura da cidade.

A abertura da mostra aconteceu na noite do dia 12 de Abril e contou com a presença de um público ávido por cultura e fotografia. O Blog da Arquitetura esteve lá para prestigiar o evento, que fica em cartaz até o dia 28 de maio.

Começamos pela exposição Passagens da inocência, de Giullia Paulinelli, que integra o programa Nova Fotografia 2017, dedicada a fotógrafos promissores. Nas imagens, a jovem fotógrafa retrata figuras humanas nuas em cenários diversos, sempre de costas para a câmera.

Acervo da Revista Camera

No andar superior, Revista Camera – A fotografia dos séculos XIX e XX traz alguns dos principais nomes da fotografia internacional, dentre eles André Kertész, Alfred Stieglitz, Diane Arbus, Aleksandr Rodchenko, Eugène Atget e Henri Cartier-Bresson.

Composta de 219 imagens, que fizeram parte do acervo de Allan Porter, editor da Revista Camera entre os anos de 1965 e 1981, a exposição narra a história da fotografia por meio de algumas imagens icônicas veiculadas pela publicação, que foi criada em 1922.

Primeiro brasileiro vencedor do Pullitzer

Em parceria com a DOC Galeria|Escritório de Fotografia, o MIS apresenta também Farida, um Conto Sírio, de Mauricio Lima. A exposição contém 33 imagens feitas pelo fotógrafo brasileiro, que acompanhou durante seis meses a jornada de refugiados do Oriente Médio rumo à Europa.

O belíssimo ensaio emociona com fotos impactantes que representam dor e persistência. Não é à toa que tenha sido contemplado pelo Prêmio Pulitzer em 2016. Lima é o primeiro brasileiro – e único, por enquanto – a receber este que é considerado o reconhecimento mais importante a abranger as áreas de jornalismo, literatura e composição musical.

Desde 2003, Mauricio Lima documenta a migração de populações, que fogem por causa dos conflitos no Oriente Médio. Em 2015, ele passou mais de um mês entre o norte da Síria e o Iraque. Em seguida, visitou as principais fronteiras usadas pelos refugiados, na Turquia, Grécia, Bulgária, Macedônia, Sérvia, Croácia e Hungria, e seus destinos (Áustria, Alemanha, Suécia e Noruega).

Os personagens centrais são os membros da família Majid, que ele conheceu enquanto acampavam em uma praça de Belgrado, na Sérvia. Durante 29 dias, o fotógrafo acompanhou essa família, que seguia rumo à Suécia, em busca de asilo.

Veteranos da fotografia brasileira

Já Avessos e paradigmas traz um pequeno recorte dos trabalhos de Penna Prearo, Maureen Bisilliat, Nair Benedicto e German Lorca, todos brasileiros (Maureen é naturalizada). Nos ensaios, eles tiveram como desafio utilizar câmeras de telefones celulares como ferramenta.

Veteranos na arte da fotografia, vivenciaram mudanças tecnológicas de impacto, como a migração das câmeras analógicas para as digitais. Logo, a exposição foca na reflexão sobre o “fazer fotográfico”, sem temas definidos: a liberdade de escolha é o principal mote.

Fechando a mostra, o coletivo Hikari Creative selecionou 75 imagens de Adriana Zehbrauskas, Ako Salemi, Eric Mencher, Marina Sersale e Q. Sakamaki para a exposição A arte da observação urbana. Os registros foram feitos em lugares diversos, como Nova York, Veneza, Irã e México, por meio de smartphones. O resultado são fotos que mostram a beleza do cotidiano, mesclando características de fotografia de belas-artes e fotodocumentário.

Serviço

O Museu da Imagem e do Som – MIS fica na avenida Europa, 158, Jardim Europa, em São Paulo. Ele funciona de terça a sábado, das 12h às 21h, e aos domingos e feriados, das 11h às 20h.