
Edífico é revitalizado para abrigar o Museu da Fotografia de Fortaleza com um dos maiores acervos da América Latina
A cidade de Fortaleza – capital do estado do Ceará – ganhou em 2017 um novo e importante marco sociocultural: o Museu da Fotografia, projetado por Marcus e Lucas Novais, da Marcus Novais Engenharia. A proposta incluiu um processo de modernização do edifício da antiga sede o Instituto Brasil – Estados Unidos. Isso levou a criação de uma arquitetura atemporal, de formas e materiais sóbrios, e ambientes neutros. Neste ano, de 2018, o trabalho foi indicado para receber o prêmio mundial Building of the Year, organizado por um dos portais de mídia mais relevantes na área da arte e da construção civil.

+ Os motivos para a realização do projeto
O desafio de Marcus e Lucas não era apenas criar um espaço totalmente dedicado à arte fotográfica, mas dar um destino adequado para as 440 peças da coleção do empresário Sílvio Frota, o financiador do projeto. Esse é considerado um das maiores acervos de fotografia do Brasil, que ainda estava sendo mantido longe do conhecimento do público. Dentre as obras estão imagens de artistas históricos como Man Ray, Henri Cartier-Bresson, André Liohn, Rosângela Rennó, e tantos outros.
+ A arquitetura do Museu da Fotografia de Fortaleza
O endereço escolhido para a implantação do Museu da Fotografia de Fortaleza fica no bairro Varjota – considerado um polo gastronômico e ponto de encontro badalado da cidade, com vida social bastante ativa. O edifício que já existia no local possuía uma área construída muito boa, com 2.500 m². Porém, sua estrutura apresentava certas desvantagens, como tetos baixos, aberturas de tamanhos inadequados e pouca acessibilidade. A fachada também não era nada expressiva e não chamava a atenção de ninguém que a observasse da calçada.
“Nossa intenção era aproveitar a estrutura existente para gerar um abrigo ideal para as exposições e suas áreas de apoio.” – arquiteto Yuri Praça, um dos arquitetos coordenadores do projeto, em reportagem de Galeria da Arquitetura.
Para acomodar melhor o programa de necessidades e as infraestruturas necessárias para o novo museu, os Novais optaram por reduzir o antigo edifício da IBEU em apenas um esqueleto estrutural, retirando muitos elementos, como até as paredes externas. A ideia era redistribuir os fluxos e criar soluções eficientes e sustentáveis para todo o conjunto. Cada mudança foi cuidadosamente planejada. Mas, a fachada é, certamente, o ponto alto do projeto.

+ Soluções para a fachada
Já na entrada do edifício vê-se a primeira mudança, a criação de uma rampa para pessoas com deficiência, juntamente da ampla escada de acesso principal. Tudo fica mais destacado através do modesto jardim, posicionado ao lado da fachada, com palmeiras Carnaúba, próprias da natureza semiárida do nordeste. Esse pequeno detalhe paisagístico reforça o caráter regional da proposta.
“Nós fomos convidados a fazer um projeto do museu para abrigar uma das maiores coleções de fotografia da América Latina. Com relação à arquitetura nós buscamos sempre um projeto que criasse uma identidade muito forte dentro do nosso conceito de arquitetura, que trabalhasse as volumetrias, uma passada de impacto visual que pudesse ser identificado em qualquer lugar do mundo.” – Marcus Novais, em reportagem de Tribuna do Ceará.
Certas medidas também foram tomadas para deixar o edifício do Museu da Fotografia mais bonito e com excelente conforto ambiental. Seu bloco principal, que tinha pouca evidência, foi valorizado por diversos elementos da fachada. Marquises foram acrescentadas para causar um sombreamento no térreo envidraçado. A parte superior recebeu um revestimento metálico perfurado, que protege as exposições da incidência solar e faz alusão à própria arte exposta em seus interiores. E uma estrutura secundária, em forma de “L”, foi apoiada sobre a cobertura, dando o equilíbrio visual ao conjunto.
+ Soluções para os interiores
O novo Museu da Fotografia projetado por Marcus e Lucas Novais tem, no total, cinco andares. No subsolo ficam os ambientes administrativos. Já no piso térreo há o lobby, uma biblioteca, uma cafeteria, uma sala de pesquisas, os sanitários e uma exposição temporária. A partir daí a transição é feita por passarelas envolvendo um belo jardim vertical. A exposição permanente ocupa os andares intermediários. E o último nível é parcialmente coberto e tem uma área aberta com vista para a cidade. Nesse ponto, ainda há um auditório, e uma salas para eventos, oficinas e palestras.






Imagem de Capa: Blog Andarilho|Fontes: AAS Architecture, Galeria da Arquitetura, Casa Claudia.
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