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Edifício do Tribunal de Contas em SP é exemplo de arquitetura brutalista

O brutalismo é uma tendência internacional que teve início após o fim da Segunda Guerra Mundial, e, no Brasil, no início na década de 50, principalmente em obras no Rio de Janeiro e em São Paulo. O movimento, na arquitetura, tem características marcantes e uma expressividade própria, como as “colunas ocas” que suportam o edifício, a utilização de concreto armado aparente e com ênfase na estrutura da construção. Um exemplo em São Paulo é o edifício do Tribunal de Contas do Município, localizado na zona sul da capital.

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Imagem: Paula Mastrocola

As características da construção são peculiares, assim como ocorre com as obras que representam o brutalismo, cujas estruturas têm influências culturais locais, ao mesmo tempo que mantêm certas características comuns da tendência brutalista. No caso do Tribunal de Contas, o edifício é quadrado, formado por três pavimentos, e cujo tamanho na planta aumenta, do mais baixo ao mais alto pavimento, em um formato de pirâmide invertida.

O projeto, de 1971, é do escritório Croce, Aflalo & Gasperini, que já havia trabalhado ideias semelhantes em projetos como do Edifício Peugeot, em Buenos Aires, na década de 60, que concorreu em um concurso internacional de arquitetura. Para a construção do edifício em São Paulo, o escritório foi ganhador do concurso, concorrendo com outras cinco empresas. A inauguração aconteceu em 1976.

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Imagem: Paula Mastrocola

As influências e mais exemplos do brutalismo

O auge e a expansão do brutalismo aconteceram na década de 70 em todo o mundo, e o movimento tem como precursor o arquiteto e urbanista suíço Le Corbusier, que se destacou pela utilização de materiais como o concreto armado e também na proposta de arranjos urbanos adaptados à vida moderna.

No Brasil, mais do que a questão arquitetônica e estrutural, os edifícios brutalistas representavam o período que o país enfrentava, em meio à ditadura. A estrutura, com o vão livre, refletia o objetivo de possibilitar que os espaços públicos fossem favoráveis às manifestações. Muitos arquitetos eram de esquerda, como João Batista Vilanova Artigas, que construiu o prédio da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU-USP) e que era mal visto pelo regime militar por sua posição política.

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A construção do estádio do Morumbi, entre as décadas de 50 e 60, projeto com características brutalistas. Imagem: Folhapress

Em São Paulo, além do edifício do Tribunal de Contas do Município e da FAU há outros exemplos brutalistas, como a Estação Armênia do metrô, o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e o Estádio do Morumbi. Recentemente, a Praça das Artes, no centro de São Paulo, é um exemplo de construção em que o brutalismo é revisitado.

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Imagem: Wanderlei Celestino

Você sabia disso tudo? Já conhecia alguns dos exemplos da arquitetura brutalista, muitas vezes tão perto, em nossa própria cidade?

Referências: Arquitetura Brutalista,  Arquitetura e Urbanismo para Todos, Estadão, Tribunal de Contas do Município , Folha