Estima-se que, somente no Brasil, 15 animais morram atropelados nas estradas em apenas um segundo. Por ano, o número total é de 475 milhões de animais selvagens, de grande porte (onça, lobos, antas e capivaras) e médio (gambás, lebres e macacos), que perdem a vida ao atravessar rodovias ou andar em acostamentos. O risco também é para motoristas e passageiros, caso o acidente envolva os animais maiores.

Uma das soluções para prevenir esses acidentes é o ecoduto, passagem verde, semelhante a uma ponte viva, que permite a circulação de animais em seus habitats, protegendo-os de colisões com veículos automotivos. Outro ponto positivo desse tipo de estrutura é que ele também auxilia na redução de emissões de carbono, já que possui vegetação.

Alemanha, Holanda, Canadá, Estados Unidos, Austrália e Malásia são alguns dos países que já implementaram ecodutos em suas estradas. No Brasil, há um Projeto de Lei que visa proteger a fauna, com a implementação de sinalizadores e redutores de velocidade, passagens aéreas ou subterrâneas, cercas e refletores, mas ainda não existem projetos de pontes verdes no país.

+ Por que o ecoduto é uma solução?

Essas estruturas são construídas em rodovias que cruzam áreas habitadas por animais silvestres, permitindo a passagem segura ao atravessar de um lado para o outro. No Canadá, o Parque Nacional Banff conseguiu diminuir a morte de mais de dez espécies de mamíferos de grande porte. São 41 ecodutos erguidos sobre a rodovia TransCanada.

Além disso, eles ajudam reduzir o estresse de motoristas, já que a grande quantidade de vegetação aumenta o contato humano com a natureza, aliviando a tensão. São muito benefícios para a população, inclusive relacionados a questões climáticas, pois diminuem as emissões de carbono.

Antes de implementar uma ponte viva, os autores do projeto devem estudar o clima, o solo e a vegetação local, atentando-se às camadas de pedra da base do ecoduto. Para evitar o desequilíbrio ambiental, a cobertura precisa conter espécies variadas de plantas da flora nativa.

Fonte: CicloVivo