Desde o último 26 de outubro está em cartaz “Kuwait, Um Deserto em Chamas”, na Galeria Mario Cohen, em São Paulo. As fotografias da exposição são de Sebastião Salgado, o fotógrafo mineiro de 72 anos, que desde 1973 percorre o mundo e, como resultado, mostra diferentes continentes, seus povos, suas diversidades e culturas.

Com imagens fortes, algumas inéditas e outras que fizeram parte da cobertura jornalística do The New York Times, a exposição conta com fotografias registradas entre agosto de 1990 e fevereiro de 1991, durante a Guerra do Kuwait, iniciada com a invasão pelo Iraque, devido ao potencial petrolífero da região. São 16 imagens em que os resultados dos ataques e as explosões são retratados em detalhes.

Sobre as fotografias, Salgado relata o quão forte elas ainda permanecem, e com algo de eterno, como o mesmo relata, pois poderiam ser tiradas hoje ou amanhã, em desastres similares.

Sebastião Salgado e a fotografia

Sem ser um fã das mudanças tecnológicas, Sebastião Salgado confessa que não se adaptou ao computador e a outros exemplos de novas tecnologias, e não gosta do Instagram, o aplicativo utilizado justamente para a divulgação de imagens. Formado em Economia, foi com as fotografias que se tornou conhecido, e além de suas exposições, os livros que resultaram de seus diferentes projetos são também destaques, como Êxodos, Gênesis, Outras Américas, Trabalhadores e Terra.

Sobre a fotografia, Sebastião Salgado é categórico. “A fotografia está acabando porque o que vemos no celular não é a fotografia. A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada, como quando os pais faziam antes com os álbuns de fotos de seus filhos”, afirmou, em entrevista à Folha de S. Paulo.

No último mês de outubro, Sebastião Salgado recebeu o Prêmio Personalidade, da Câmara de Comércio França-Brasil por sua contribuição, e não apenas artística e profissional, mas também humanitária e socioambiental. Além das mensagens evidentes, com os temas a serem debatidos pela sociedade e que são trazidos à tona em suas imagens, o fotógrafo está diretamente ligado à questão ambiental, desde a tragédia em Mariana, até ações referentes ao replantio de árvores, preservação de áreas degradadas na região de Aimoré, Minas Gerais, e que deram origem à ao Instituto Terra, em 1998. O mais recente trabalho de Sebastião Salgado é o envolvimento em um projeto fotográfico sobre a Amazônia.

A exposição “Kuwait, Um Deserto em Chamas” fica em cartaz até o dia 20 de dezembro, na Galeria Mario Cohen, que está localizada na Rua Joaquim Antunes, 177 Cj.12, no Jardim Paulistano, em São Paulo. Os horários de abertura da galeria são de segunda à sexta-feira, das 11 às 19h, e aos sábados das 11 às 15h. É para não perder!

Referências: Vogue, Caras, Comunique-se, Galeria Mario Cohen