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O que levar em consideração na hora de fazer a diagramação de pranchas?

Os arquitetos além de imaginar soluções projetuais incríveis, ainda conseguem expressá-las de diversas maneiras diferentes, seja através de croquis, maquetes eletrônicas, ou desenhos em duas dimensões. Mas, como apresentar todo esse conteúdo para os seus clientes? Uma coisa que se aprende ainda na faculdade é que isto é algo instintivo. Só que mesmo aqueles que estão em fase de apresentar seus trabalhos finais, ou ainda os profissionais já graduados, sentem dificuldades na hora de fazer a diagramação de pranchas.

E por que isto? Um dos motivos para tanto temor é que não se encontra muitos conteúdos disponíveis que esclareçam este tema, principalmente referente às bancas finais ou aos concursos de Arquitetura e Urbanismo. Pensando nisto o ‘Blog da Arquitetura’ resolveu fazer um post simples e prático com apontamentos sobre as questões mais relevantes sobre como fazer uma apresentação de projetos. Você verá desde conceitos básicos a métodos de integração de elementos visuais.

Com todas estas dicas ficará mais fácil de realizar a sua diagramação de pranchas!

diagramação de pranchas

+ O que é diagramação de pranchas?

Diagramar significa dispor graficamente os elementos da peça gráfica, ou seja, todos os desenhos técnicos, ilustrações renderizadas e fotografias que farão parte da apresentação do trabalho do arquiteto. Agora, apresentar se refere à visão e à comunicação de seu trabalho, e o entendimento que o cliente terá do mesmo. Cada projeto demandará um tipo de representação. Por isso, nessa hora, caberá ao profissional encontrar o meio mais simples, econômico e bonito de fazê-lo.

+ Como decidir a aparência das pranchas?

Na hora de fazer a diagramação de pranchas, deve-se, primeiro, conhecer qual o estilo de projeto que se está trabalhando. Isto vai determinar o estilo da apresentação. Será que vai combinar organizar tudo em linhas retas ou em curvas? Ou que tal formar ângulos? Uma maneira de facilitar esta decisão é fazer um rascunho da ideia à mão livre, em uma folha de menor dimensão.

diagramação de pranchas

Depois de traçar a linha de raciocínio para a apresentação, é vez de o arquiteto estabelecer outros padrões visuais que vão dar a personalidade certa à composição. Por exemplo, qual o sentido, a ordem, de leitura da prancha. Também a cor ou cores que estarão em evidência – o ideal é trabalhar com os tons que já estejam presentes no projeto. O branco é a mais recomendada para o pano de fundo, pois favorece a leitura das informações. E quanto aos textos, as letras devem ter um ou, no máximo, dois tipos de fontes.

+ Organizando os desenhos nas pranchas

Todas as pranchas de arquitetura devem ter um elemento em destaque. Esse elemento é o que fará a ligação entre todo o restante do conteúdo exposto na folha. Ele deve chamar a atenção do observador, mas não fazer com que o mesmo se esqueça de analisar o que há ao redor. O método de organização não precisa ser o mesmo em todas as páginas. Mas elas, quando lado a lado, precisam ter uma lógica. É como contar uma história – com início, meio e fim.

diagramação de pranchas

Então, o arquiteto definiu o tema de cada prancha – ou de todo o conjunto – e agrupou os conteúdos semelhantes. Agora é vez de ele alinhar tudo. Sim, não é porque os desenhos, textos e outros elementos tenham tamanhos e formatos diferentes que eles precisam ficar simplesmente jogados nas pranchas. Todo o conteúdo deve ficar organizado em guias, mesmo que sejam imaginárias. Os textos alinhados e legíveis, em tamanhos proporcionais ao da prancha. As imagens e desenhos dentro em colunas, linhas e módulos – quanto maior o tamanho da seção maior deve ser a importância da informação contida nela.

Lembre-se de valorizar destacando o que vale ser destacado!

diagramação de pranchas

+ Itens básicos a serem apresentados nas pranchas

O importante não é a quantidade de informações, mas a qualidade de informações!

Em se tratando de diagramação de pranchas. Deve-se ter muito cuidado na hora de selecionar textos e imagens, e seus tons, escalas e proporções.  É importante que todas tratem do mesmo assunto. O arquiteto precisa, antes, se perguntar: “o que estou querendo comunicar?”. Portanto, o número de elementos nas pranchas vai ser determinado pelos aspectos mais essenciais a serem evidenciados do projeto – o mínimo para se defender uma ideia.

“Mais do que belíssimas apresentações, é importante que o projeto tenha conteúdo, apresentando uma solução clara e funcional.  A apresentação deve servir de suporte para o seu discurso e não o contrário.” – arquiteta Daniela Corcuera, em reportagem de Revista AU.

“Ao iniciar a apresentação de um projeto, procuro destacar aspectos relevantes do programa de necessidades e do organograma de funções da edificação, e descrever como tais aspectos foram contemplados no projeto.” – arquiteto Lineu Passeri Junior, em reportagem de Revista AU.

Às vezes, a etapa de diagramação de pranchas pode ser frustrante para o profissional. Isso porque ele gastou bastante tempo desenvolvendo uma enorme quantidade de representações gráficas do seu projeto e nem tudo poderá ser apresentado ao professor ou cliente. Diferente da tela de um programa de computador, as pranchas tem um tamanho limitado. Portanto, toda a informação desnecessária será descartada.

São alguns elementos técnicos mais esclarecedores – e talvez indispensáveis – para a apresentação de propostas arquitetônicas: mapas; plantas baixas; elevações e cortes; croquis e vistas de maquetes físicas ou eletrônicas; isométricas, cortes perspectivados e diagramas; detalhamentos construtivos; entre outros.


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+ Regulamentos que devem (indiscutivelmente) ser seguidos

Dependendo se o trabalho do arquiteto for ser apresentando no meio acadêmico, para um cliente ou para outra comissão julgadora, ele terá de lidar com regras diferentes quanto a diagramação de pranchas. Há concursos de ideias, por exemplo, que limitam o tamanho e o número de folhas. Geralmente, nestes casos, é fornecido um edital quanto à apresentação das propostas. São regulados termos como o número de plantas, análise, diagnóstico, setorização, diagramas, imagens, entre outros.


Dica Bônus: Se você já um profissional e deseja saber como apresentar projetos técnicos de arquitetura leia a NBR 6492, da Associação Brasileira de Normas Técnicas.


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Para uma boa apresentação, é importante que a prancha contenha um cabeçalho – com o seu número, o nome da proposta, do projetista, os símbolos da empresa ou da instituição de ensino, e mais. Também uma borda ao redor de toda a folha, que deve ser respeitada, evitando problemas na hora da impressão. Dentro desta margem, ficarão todos os desenhos e demais conteúdos – tudo identificado com títulos e legendas, seguindo proporções de acordo com uma ordem hierárquica.

Ainda lhe parece difícil fazer diagramação de pranchas de arquitetura? Então, procure outras fontes de referência na internet. Em certos sites, como o Pinterest, podem-se encontrar várias imagens de pranchas criadas por outros profissionais, tanto em situações de TCC, concursos e mais.

Lembre-se também que, após preparar todo o seu material no computador, é interessante fazer um teste de impressão. Assim, você poderá avaliar o visual do conjunto e revisar todos os detalhes, identificando os erros remanescentes antes de gastar com a plotagem final.

Fotos: Pinterest. | FontesMarina AraujoComo ProjetarDioramaDicas Arq Fabi.


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