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Conheça algumas das galerias comerciais mais icônicas do mundo

Pode-se dizer que esses locais, de atmosfera singular, foram os primeiros exemplos de shopping centers no mundo.

Com a chegada da Revolução Industrial, por volta do ano de 1760, os centros comerciais se tornaram bastante popular, principalmente na Europa. Os clientes apreciavam muito, já que essas edificações lhes proporcionavam uma maior proteção contra as intempéries, como chuvas e ventos fortes. Pode-se dizer que esses locais, de atmosfera singular, foram os primeiros exemplos de shopping centers no mundo.

Na França, por exemplo, a Passage du Caire foi a primeira estrutura construída para abrigar lojas, uma homenagem às campanhas napoleônicas no Egito e na Síria. Endereços assim serviram de inspiração para a criação de outras passagens cobertas ao redor do mundo. Infelizmente, ao longo dos anos, muitas delas foram demolidas. Mas, ainda existem bons exemplos de pé.

A seguir, apresentaremos algumas galerias comerciais que você, se tiver oportunidade um dia, precisa conhecer. Elas “respiram” arte e criatividade e devem ser incluídas em qualquer bom roteiro de turismo arquitetônico.

Galleria Vittorio Emanuele II (imagem extraída de Wikimedia)

+ Galleria Vittorio Emanuele II , Itália

(imagem extraída de Wikimedia)
(imagem extraída de Wikimedia)

As mais antigas lojas e restaurantes de Milão, na Itália, encontram-se na Galleria Vittorio Emanuele II. Ela é uma representante de arquitetura clássica, da Belle Époque, construída entre os anos de 1865 e 1877. A proposta desenvolvida pelo arquiteto Giuseppe Mengoni foi escolhida a partir de um concurso de projetos, onde participaram quase duzentos profissionais. Ele previu uma construção em forma de cruz e com ruas largas, repletas de afrescos, vitrais e mosaicos de pastilhas. Por elas passaram grandes nomes das artes, como Leonardo Da Vinci. Não é a toa que hoje a galeria é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.

Milão é a cidade da moda, disso ninguém tem dúvidas. E é na Galleria Vittorio onde estão as lojas mais importantes da cidade. Porém, não são apenas os itens de consumo que atraem os visitantes. O edifício tem detalhes artísticos impressionantes e muito bem conservados, mesmo depois dos ataques sofridos durante a Segunda Guerra Mundial. Na parte central do edifício há um octógono, coberto por um incrível arco em ferro e vidro, que apresenta um brasão mostrando as quatro cidades que já foram capitais do país – Milão, Florença, Roma e Turim.

+ Galerie Vivienne, França

(imagem extraída de Wikimedia)

A Galerie Vivienne foi construída em 1823. Ela está localizada no segundo distrito de Paris, próxima à Biblioteca Richelieu, ao Palais Royal e à Galerie Colbert. Essa passagem possui três entradas e é resultante de uma obra viária realizada em 1631, com intenção de abrir uma ligação entre o palácio e a muralha de Louis XIII. No início se chamava Marchoux, porque Maître Marchoux havia comprado a rua, assim como as construções ao redor. Ele contratou François-Jacques Delannoy – um dos mais famosos arquitetos do seu tempo – para adaptar tudo à construção de uma nova galeria coberta. Sua maior inspiração foi a Grande Galerie du Louvre.

(imagem extraída de Wikipedia)

Na década de 1840, o prefeito da cidade, Georges-Eugène Haussmann, mudou o eixo principal da malha urbana para a Madeleine e Champs-Élysées, o que resultou no enfraquecimento do movimento da Galerie Vivienne. Em 1959, a filha de Marchoux resolveu, então, vender a propriedade ao Institut de France. Em 1980 a passagem foi reconstruída por Giandomenico Facchina e passou a ser propriedade da Academia de Belas Artes. Hoje, além dos residentes locais, a galeria atrai os turistas, que visitam o local para apreciar as suas setenta lojas e também conferir seus percursos de mosaicos – que representam figuras relacionadas às artes e à agricultura, simbolizando prosperidade e sucesso.

+ Saint Hubert, Bélgica

(imagem extraída de Wikimedia)
(imagem extraída de Pixabay)

Localizada no centro do distrito de Neufchâteau, na Bélgica, a Saint Hubert foi projetada pelo arquiteto Jean-Pierre Cluysenaar e inaugurada por volta de 1850, no período do Rei Leopoldo I. Foi a primeira galeria comercial da Europa. Sua construção serviu para marcar as celebrações da independência do país, por volta de 1830. O prédio reflete bem o estilo de arquitetura renascentista italiana. Possui uma linda cúpula em vidro e ferro fundido e sequências de arcos e colunas ricamente ornamentadas.

Há cinquenta butiques independentes na Saint Hubert. Todas têm impressionantes 8m de largura, 218m de comprimento e 18m de altura. Elas estão distribuídas em duas seções com três andares de colunatas, que foram apelidadas de Galeria do Rei e Galeria da Rainha. Desde sua abertura, tem sido ponto de encontro de pessoas de classe alta, ricos emergentes, artistas, intelectuais e turistas do mundo todo. É um dos lugares para melhor conhecer a moda, o design e a gastronomia do país.

+ Galeria Colbert, França

(imagem extraída de Wikimedia)

A Galerie Colbert está localizada no exato endereço onde antes existia o Hôtel Colbert, residência de Philippe d’Orléans. Ela é vizinha da Galeria Vivienne e também do restaurante Le Grand Colbert, uma importante referência da gastronomia francesa. Foi construída em 1826 e reconstruída em 1985. Atualmente, o edifício pertence à Biblioteca Nacional. As maiores atrações dessa arquitetura é o seu amplo átrio circular, sua cúpula de vidro, seus candelabros em bronze e a belíssima estátua de Eurydice.

+ Galerías Pacífico, Argentina

(imagem extraída de Wikimedia)
(imagem extraída de Wikimedia)

Talvez a Galerías Pacífico nem devesse estar nessa lista, já que esse estabelecimento funciona, hoje, como um shopping center. Porém, sua história e beleza são tão notórias que não poderiam ficar de fora. Quem deseja realizar um passeio cultural em Buenos Aires, na Argentina, deve conhecer o local. São onze mil metros quadrados de área que misturam, harmonicamente, estilos antigos e modernos. Um verdadeiro exemplo de arquitetura Beaux-Arts, inspirada nas construções europeias.

Por volta de 1800, os arquitetos Francisco Seeber e Emilio Bunge criaram, nesse local, o Bon Marché, um tipo de centro comercial com escritórios. Mas, o prédio da Galerías Pacífico, como conhecemos hoje, só foi construído em 1888. Oito anos depois, a obra passou a ser utilizada como em sede para o Museu de Belas Artes, o que durou pouco, já que dois anos mais tarde foi vendida para a companhia britânica Ferrocarril Buenos Aires al Pacífico. Na década de 1940, a empresa separou a área, novamente, para o uso de lojistas. Foi nesse período que os arquitetos Jorge Aslan e Héctor Ezcurra projetaram a cúpula central do edifício.

(imagem extraída de Wikimedia)

Infelizmente, com o passar dos anos, essa passagem comercial sofreu um declínio e caiu no esquecimento do público. Na década de 1990, a Galerías Pacífico precisou passar por uma importante revitalização.  Hoje, esse edifício de quadra inteira – entre a Rua Florida e a Avenida Córdoba – atrai centenas de visitantes por dia. Todos querem apreciar sua imponente fachada e o belíssimo interior, com alas entrecruzadas, abóbadas de vidro, colunas ornadas e murais –  desenhos criados por diversos pintores argentinos.

+ Çiçek Pasaji, Turquia

(imagem extraída de Wikipedia)
(imagem extraída de KorayGokhan em Flickr)

A Çiçek Pasaji, ou Passagem das Flores em turco, é uma famosa galeria comercial localizada no distrito de Beyoğlu, em Istambul, na Turquia. Ela foi inaugura ainda no século XIX, por volta do ano de 1876. O edifício de três andares é famoso por sua bela arquitetura em pedra. O projetista responsável ainda é desconhecido, mas sabe-se que era europeu, provavelmente de origem francesa ou italiana. A obra, embora seja muito bonita, tem semelhança com a italiana Vittorio Emanuele II, quase uma versão em miniatura.

Em 1908, o grão-vizir otomano Sait Paşa comprou esse centro comercial. No período da Revolução Russa, de 1917, aristocratas que viviam na região, em exílio, mantiveram sua subsistência vendendo flores na Çiçek Pasaji – que na época chamava-se de Passagem Sait Paşa. De repente, quase todas as lojas passaram a vender apenas plantas e nada mais. A situação só mudou em 1940, quando muitas unidades viraram bar. Passados dez anos, as flores na galeria tornaram-se somente itens de decoração, ajudando a manter viva na memória o seu passado.


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