
Conheça a história de 5 arquitetos que largaram o escritório para empreender
A rotina de um arquiteto não é nada fácil, não é mesmo? Vários projetos ao mesmo tempo, prazos, reuniões com sócios e clientes, atualização das novidades do mercado com direito a noites e noites mal dormidas. E mesmo com tudo isso, alguns arquitetos procuram mais “aventuras” para seu currículo.
Estamos falando de arquitetos empreendedores. É interessante saber que uma boa parcela desses profissionais desenvolvem esse perfil, apostando em negócios dentro e também fora da área.
Para se ter uma ideia, já pensou em comprar seu pãozinho para o café da manhã de uma padaria onde o próprio padeiro é um arquiteto? Pois bem, essa é uma das empreitadas encaradas por arquitetos que vamos contar por aqui. Conheça!
+ Pedro Haruf – Produção de móveis e objetos
Pedro Haruf é um dos responsáveis pela Casa Chassi – projeto vencedor do Prêmio bim.bon 2015 e que até 2013 trabalhava como arquiteto de empreendimentos do setor de saúde. Ao deixar o emprego, começou a garimpar peças antigas em ferros velhos e a desenvolver a partir delas móveis e luminárias.
Com isso, surgiu a ideia de iniciar um projeto com amigos designers e arquitetos para projetarem objetos de design e hoje esses itens são vendidos em parcerias com lojas como a ARCA, o Espaço 670, a Pomelo e a MOMI Design.
Segundo Haruf a mudança de ares teve a ver com o processo mais demorado que a arquitetura envolve, e com a produção de móveis pode se realizar em algo mais “rápido”. Contudo, ele ainda continua desenvolvendo projetos arquitetônicos, mas pode ter a liberdade de criar objetos atemporais, o que tem mais gostado de fazer.
“O melhor de empreender é construir aquilo que é seu, é tornar o trabalho lazer, e fazer aquilo que acredita”, diz Haruf.

+ Bernardo Horta – Concurseiro de plantão
Bernardo foi parceiro de Pedro Haruf na criação da Casa Chassi, em 2015. Com vontade de inovar sua área de atuação, começou a investir em projetos para concursos de todo o Brasil. Neles, Horta se inscreve para participar sozinho ou em parceria com outros profissionais.
Para ele, apostar em um concurso de arquitetura é uma ótima chance de estar junto a profissionais menos ou mais experientes e até escritórios bastante renomados, coisa que quase não acontece no mercado convencional. Além disso, os trabalhos feitos com esse fim são distintos, com orçamentos e equipes diferentes, dando maior liberdade de criação também.
Contudo, segundo Bernardo Horta, nem tudo são flores, já que os projetos investidos quase nunca são levados adiante mesmo se vencerem o concurso, e muitas vezes não há incentivo financeiro para projetar, o que desestimula bastante.

+ Leandro Araújo e Roberto Andrés – Plataforma digital
Leandro e Roberto são os fundadores do antigo bim.bon e hoje HomeTeka, plataformas que nasceram para ajudar a solucionar problemas práticos do dia a dia de um arquiteto. O negócio foi desenvolvido a fim de colocar em evidência os processos de projetos, compra e especificação de produtos em uma interface descomplicada.
Pensado principalmente para profissionais de design e arquitetura, o site envolve informações úteis, notícias, plugin de projetos para SketchUp (que orça seu projeto rapidamente!) e uma loja online com centenas de itens.
Com o sucesso do empreendimento, os arquitetos deixaram a vida em escritório para trás e se entregaram de vez ao aprimoramento e divulgação da plataforma. Os sócios dizem que a melhor coisa foi ter iniciado esse projeto em um momento no qual os profissionais buscavam exatamente a facilidade na hora de projetar e construir.

+ Camilo Gazzinelli – Produção de pães artesanais
Com escritório próprio, Camilo Gazzinelli, já não via a arquitetura com os mesmos olhos do início da carreira. Na verdade, ele queria realizar um sonho e a carreira de arquiteto estava exigindo mais tempo de que poderia dar – não sobrava nem um minuto para projetar o que sempre quis fazer: gastronomia.
Ao lado da esposa, ele embarcou em uma viagem por 6 meses para a Índia e países europeus, onde pesquisaram e conheceram o universo da panificação e a significância dessa iguaria para as culturas variadas.
Quando voltaram, decidiram abrir a Cum Panio, há exatos 13 anos. No início, ele a mulher ainda conseguiam manter suas profissões, mas logo o negócio gastronômico expandiu e hoje Gazzinelli, mesmo mantendo seu escritório de arquitetura, mantêm-se mais ativo na padaria.
Segundo ele, a arquitetura não perdeu importância em sua vida e até já rendeu bons frutos a partir do projeto criado para sua panificadora. Ele ainda diz que consegue ver muito de sua profissão da a arte de “arquitetar pães”.

Fonte: Hometeka | Fotos: Divulgação