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Como surgiram as praças (e suas diferentes funções sociais) ao longo da história

Praça é um elemento exclusivamente urbano. É local de presença humana confirmada. Local onde devem ocorrer os mais importantes eventos sociais, as atividades comunitárias e de lazer, de vital importância para uma cidade e seus cidadãos. Praça deve ser um ponto de encontro e de trânsito, livre de veículos. E o paisagismo – que é uma das áreas da Arquitetura & Urbanismo – visa planejar, justamente, espaços como esse, onde há a interação máxima das pessoas com o meio externo, de uso coletivo.

(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)

+ O surgimento e a evolução das praças

A definição de ‘praça’ varia de acordo com cada cultura. Seu modo de uso e tratamento pode definir o nível de civilidade de seus usuários, assim como essas unidades urbanísticas são administradas pelos seus governantes. Entre os gregos e os romanos da antiguidade, a praça – chamada de ágora ou fórum – era um espaço voltado à transmissão de conhecimento e cultura, de exposição de ideias e tomada de decisões. Portanto, esses ambientes eram, realmente, bem planejados, bem frequentados e bem cuidados.

(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)
(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)

Já na Idade Média, as praças eram utilizadas para fins mais macabros, como execuções e funerais. Mas, também, para casamentos, comércio e ritos religiosos. Os exemplares mais importantes desse período são resultado de configurações urbanas diferenciadas, como as cidades muradas e as fortificações. Eram núcleos vazios, com ausência de construções e nenhum trato estético.

Posteriormente, no período renascentista e barroco, as praças ganharam, novamente, outro sentido. Com a construção de palácios mais suntuosos e o surgimento de novos modelos de vida urbana, os jardins e as praças passaram a ter um tratamento mais elaborado. Seu embelezamento fazia relação com toda uma rede urbana bem estruturada, bem planejada. E sua função não era mais meramente funcional, mas também social – com espaços destinados às artes, à vegetação, ao relaxamento e contemplação.

(imagens extraídas de Pinterest e Wikimapia)

+ A ideia de praça no Brasil

Hoje, no Brasil, a ideia de praça está diretamente relacionada com um espaço urbano ajardinado, ou seja, onde a vegetação é priorizada. Porém, sua origem no país tem a ver, mesmo, com os largos, construídos durante o período colonial. Esses espaços amplos e vazios – normalmente em frente de igrejas – fazem parte da cultura arquitetônica herdada dos imigrantes italianos, espanhóis e portugueses. Pois é nesse sentido que surge o conceito de “praças secas”.

(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)
(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)

+ O que são as praças secas

Em geral, as praças podem ser classificas em três tipos diferentes, de acordo com seu tratamento de pavimento e uso de vegetação:

– Praças úmidas, com grande presença de arborização;

– Praças mistas, com a mesma proporção de áreas pavimentadas e arborizadas; e

– Praças secas, com a maior parte de sua área total sem qualquer arborização.

(imagens extraídas de Pinterest e Archello)

Antigamente, quando surgia uma pequena cidade, as primeiras construções a serem erguidas eram um mercado, uma prefeitura e uma igreja. Em frente a essas edificações, mantinha-se um espaço aberto, para fácil circulação dos cidadãos e de suas charretes. Portanto, não havia necessidade desses lugares serem atrativos, nem mesmo arborizados.

Com a chegada do século XIX, os arquitetos passaram a criar desenhos de praças mais específicos, próprios a oferecer espaços para descanso e entretenimento da população. Isso, em parte, mudou com a chegada do movimento moderno, quando o modelo de praça seca – que era comum apenas nas cidades europeias do século XVIII – voltou a estar em voga. A ideia era criar espaços culturais isentos de verde, evidenciando monumentos e priorizando a circulação de pedestres. Valorizava-se uma estética minimalista e a presença de elementos em concreto.

(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)
(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)

+ Possíveis desvantagens das praças secas

Embora as praças secas contemporâneas sejam muito charmosas, elas não se adequam a qualquer região do planeta, principalmente nas zonas de clima tropical, como o Brasil. A maximização da vegetação em cidades como o Rio de Janeiro, por exemplo, são de suma importância. Áreas livres de edificações, arborizadas – como ruas, parques e praças – ajudam a amenizar a imensa ação da carga térmica sobre o tecido urbano.

A criação de áreas de sombreamento permite um caminhar mais confortável pela cidade, nos diversos horários do dia e estações do ano. Elas podem evitar a incidência direta e extrema de raios solares sobre os transeuntes. Também combatem o surgimento das “ilhas de calor” – absorvendo o gás carbônico e liberando oxigênio; e outras ações nocivas da poluição atmosférica, sonora e visual. E, por fim, podem contribuir para um melhor escoamento das águas, diminuindo a ação dos ventos e da erosão.

(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)
(imagens extraídas de Pinterest e Pinterest)

Os projetistas sempre buscaram estímulo, para a criação de suas obras, no trabalho de outros profissionais. As referências visuais, utilizadas durante o lançamento de um partido arquitetônico, podem ser de qualquer parte do mundo. Porém, é importante se ter cuidado na importação de padrões estrangeiros. Eles podem se adequar bem – ou não – ao pensamento, aos valores, aos usos e ao clima de outro país.  Qualquer fonte de inspiração é sempre válida. Só que, vale o lembrete: qualquer nova proposta precisa ser única e original, sempre. 

Fontes: Arquitetura Cidade ProjetoWikipediaIPIU.


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