
Plataforma brasileira interativa mostra como o urbanismo evoluiu no país e no mundo
A urbanização ocorreu de modo diferenciado em cada parte do mundo. No Brasil, por exemplo, vários fatos influenciaram a forma como cada cidade se desenvolveu. É exatamente isso que mostra a plataforma interativa brasileira chamada Cronologia do Pensamento Urbanístico, na qual é possível ver como o urbanismo evoluiu no país e no mundo.
+ Cronologia do Pensamento Urbanístico: como o urbanismo evoluiu no país e no mundo?
A plataforma surgiu em 2002, por meio das equipes de pesquisa do Laboratório de Estudos Urbanos da UFRJ e do Laboratório Urbano, da UFBA. O objetivo da plataforma é “atuar mapeando e entendendo as redes complexas que constroem o pensamento urbanístico”. Ela reúne dados de projetos, publicações, eventos e fatos do Brasil e do mundo.

No entanto, a proposta mais relevante da plataforma é “chamar a atenção para a circulação sistêmica de dados entre determinados círculos urbanísticos, formando vastas redes de conhecimento que atuam de maneira complexa”.
Os dados são dispostos em uma linha do tempo e em uma “nuvem” de pensamento. Assim, é possível articular dados, comparar informações, identificar temáticas dominantes em períodos, visualizar a circulação de conceitos e mais. Além disso, é possível estabelecer recortes do conteúdo e organizá-lo por meio de filtros e/ou marcadores. Tudo isso permite evidenciar a complexidade das relações entre os dados.
+ Como funciona?
+ Por trás da plataforma
Quem alimenta o banco de dados da pesquisa são os bolsistas de iniciação de científica. No início do projeto, os dados eram inseridos de forma cronológica e cada bolsista era responsável por um determinado ano. Porém, percebeu-se que isso impossibilitava o entendimento dos contextos dos debates, visto que as possibilidades de leitura do conteúdo eram reduzidas a um intervalo de tempo curto. Assim, passou-se a organizar o trabalho de pesquisa por décadas. A leitura passou de horizontal para vertical.

Entretanto, ao longo do tempo, percebeu-se que mesmo as leituras verticais e horizontais não eram suficientes para satisfazer a complexidade da circulação de ideias e de suas reverberações. Isso criou a necessidade de enfatizar as associações entre os verbetes e inserir ferramentas que permitissem desenvolver entendimentos mais complexos. Foi aí que surgiu a ideia de articular o trabalho de uma perspectiva do pensamento em rede.
+ Descobrindo a informação
Cada verbete é mostrado ao usuário em uma “nebulosa”, que o liga a outro verbete (por afinidade ou embate). Esses verbetes contêm apresentação, páginas secundárias, documentos, textos, links, bibliografias e biografias. Ao abrir cada um deles, é como se você pudesse encontrar todas as informações ligadas ao local que precisa. Funciona como uma rede porque tudo está interligado. Para entender melhor, é só pensar em como funciona uma rede social, na qual você encontra uma pessoa que é amiga de outras pessoas e podem possuir amigos em comum. Pessoas são ligadas a pessoas de diferentes regiões. A informação funciona da mesma maneira.

Para navegar pela plataforma não tem segredo. As categorias são separadas por cor e, quanto mais você descobre, mais você quer pesquisar. Quando você clica em um tema, ele se torna o centro da rede e os outros aparecem interligados. Você pode verificar a informação separadas em abas na página e acessar os demais pontos conectados.
A ideia da plataforma é simplesmente genial. Ela permite obter informação de forma rápida e interligada, promovendo debates e interligando conhecimento. É o tipo de ferramenta que você descobre e sabe que “mais pessoas precisam saber que isso existe”.
Referências: Cronologia do Urbanismo; USP; Nexo Jornal.