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Cheio de curiosidades, livro aborda a evolução histórica dos cômodos das casas

Quantos cômodos sua casa tem? Seria difícil responder a esta questão antes do século 20, sabia? Sala, banheiro, cozinha, quartos… Essa divisão corriqueira para os dias de hoje só começou a ser feita em meados de 1900. E não foi só isso que mudou na relação das pessoas com suas residências.

Esse é o assunto abordado pela jornalista e historiadora espanhola Anatxu Zabalbeascoa no livro “Tudo sobre a casa“, lançado em 2014 pela editora Gustavo Gili.

A partir de uma pesquisa embasada na história dos costumes e na antropologia, os seis principais espaços da casa tornam-se os personagens da obra. A autora utiliza-se deles para contar em miúdos as transformações nos hábitos domésticos, que vêm acompanhadas de ilustrações de Riki Blanco.

Anatxu conta que teve a ideia de escrever esse livro para falar de arquitetura de um ponto de vista mais substancial. “O livro fala sobre o mais íntimo da arquitetura, das pequenas histórias. Normalmente os livros preferem falar sobre as grandes histórias, da arquitetura que está por fora. Este fala sobre a arquitetura por dentro”, diz ela.

“Quarto em Arles”, Vincent van Gogh

+Curiosidades

Nesta obra você descobre, por exemplo, que as primeiras camas foram construídas com o intuito de evitar a umidade e o contato com animais. Já para a nobreza medieval, tal móvel era onde aconteciam visitas oficiais para tratar de assuntos do Estado.

Além disso, ela retrata o processo da construção da privacidade. “[A intimidade] é recente, tem pouco mais de dois séculos. As pessoas conviviam em um mesmo cômodo”, esclarece a autora, que explora o fato da comodidade nas casas também ser algo recente. “Se você pensar em quantos anos a maioria das casas tem água corrente, todas essas evoluções são de ontem”, comenta.

E se você está pensando que só as áreas internas fazem parte da análise de Zabalbeascoa está enganado. O jardim também vigora entre os cantos explorados no livro, mas por pouco quase ficou de fora. “O único espaço que tive que convencer o editor a colocar foi o jardim. O jardim é a única parte da casa, mesmo que não esteja em todas, que está viva e é mutante. Todas as instâncias clássicas representam a história da humanidade, enquanto o jardim representa a história das civilizações”, considera.

Fonte: Au.Pini | Foto livro: Divulgação – Foto Van Gohg: Reprodução