Top

As mudanças das plantas de apartamentos ao longo dos anos

Os anúncios de venda de novos apartamentos já deixam claro as características dos imóveis disponíveis no mercado. Em sua ampla maioria, são apartamentos compactos, que quando chegam aos 70m² já são vistos como espaços de tamanho privilegiado. Tornam-se comuns os studios – um nome moderninho para as quitinetes – em que os cômodos são integrados e, principalmente nos grandes centros urbanos, a tendência é que se construam apartamentos cada vez menores e com economia de espaços. Mas nem sempre foi assim.

 

planta-apartamento-blog-da-arquitetura
Imagem: 3Dvis

Um levantamento divulgado em 2013 pela Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro, a Ademi-RJ, apontou uma redução de até 29% no tamanho dos apartamentos de um e quatro dormitórios nos últimos 10 anos antes da publicação do estudo. O mesmo acontece com os apartamentos de dois quartos, com uma redução de 17,9%, e 8,5% nos apartamentos de três quartos. A justificativa da diminuição do tamanho dos imóveis pelas construtoras passa por aspectos financeiros, pois a redução das plantas seria uma forma de diminuir o valor de venda dos apartamentos, possibilitando que o preço do imóvel esteja dentro do orçamento dos brasileiros.

Ao longo das décadas

Desde a década de 70, as mudanças nas plantas dos apartamentos foram muitas, inclusive com impacto nos hábitos dos moradores. Uma nova possibilidade de local para a reunião da família passou a ser a varanda, e a integração dos espaços alterou também as relações entre os moradores e os visitantes. Os móveis e eletrodomésticos também foram adaptados aos espaços menores.

anos-70-blog-da-arquitetura
Planta nos anos 70 Imagem: O Globo

Os apartamentos da década de 70 começaram a romper algumas características dos imóveis dos anos 50 e 60, pois estes mais antigos tinham características com um pé direito mais alto e cozinhas bem grandes. A partir de 1970, as cozinhas começaram a apresentar uma redução de tamanho, mas os apartamentos, no geral, apresentavam uma metragem avantajada, em média com 100m². Já apareceu também, nessa época, o quarto-suíte, a área de serviços e a dependência de empregada.

A partir da década de 80 se tornaram mais comuns as plantas com mais de 3 dormitórios. É nesse período que surgiram os conceitos de “home theater” e o “closet”. O tamanho do apartamento continuou a ser reduzido, com uma média de 87,8m², mas a sala se manteve grande.

anos-80-blog-da-arquitetura
Planta anos 80 Imagem: O Globo

Na década de 90, a média da metragem dos apartamentos chegou aos 72,85m². Nas plantas desse período já não apareciam com tanta frequência as dependências de empregadas e há projetos em que este espaço pôde ser revertido para outros usos na casa. É também nesse período que os computadores de mesa começaram a ser usados com mais frequência, e surgiram os ambientes de “home office”.

anos-90-blog-da-arquitetura
Planta anos 90 Imagem: O Globo

Nos anos 2000, o tamanho dos cômodos como um todo é reduzido, caindo para uma média de 73,76 m². É nesse período que se expandiu o conceito de varanda gourmet. Continuaram as suítes, mas os quartos diminuíram de tamanho. A integração entre sala e cozinha se tornou cada vez mais disseminada.

anos-00-blog-da-arquitetura
Planta anos 2000 Imagem: O Globo

Nos últimos anos, a partir de 2010, o que se percebe é uma diminuição ainda mais drástica no tamanho da cozinha e do apartamento. A metragem média é de 59,60m². As mesas de jantar, por sua vez, dão espaço às bancadas, tudo pela economia de espaço. Os apartamentos seguem a tendência de famílias menores e a tecnologia é cada vez mais usada em equipamentos e utensílios da casa.

planta-blog-da-arquitetura
Planta anos 2010 Imagem: O Globo

E você já tinha imaginado como foram as mudanças nos apartamentos nas últimas décadas? Já imaginou quais serão as próximas, com o passar dos anos?

apartamentos-blog-da-arquitetura
Imagem: Divulgação

Créditos O Globo: Interface – Vinicius Machado, Kayan Albertin; Desenvolvimento – Thaís Leão; Reportagem O Globo – Luciane Cerneiro, Gabriela Valente e Henrique Gomes Batista. Referências: O Globo, Centro de Tecnologia de Edificações, O Globo – Economia.