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Árvores caídas viram bancos em espaços públicos de São Paulo

São Paulo já não é só a terra da garoa. É conhecida também pela cidade que sofre com verdadeiros temporais, acompanhados de fortes ventanias.

E essas chuvas são as responsáveis por derrubar dezenas de árvores pela capital inteira e muitas delas caem nos parques municipais. Até aí, nada incomum, árvores caem mesmo, ainda mais com os “dilúvios” que São Paulo recebe.

O que talvez você não saiba é que todas as árvores caídas dentro dos parques são reaproveitadas e transformadas em mobílias, mais propriamente bancos que agora ocupam os próprios espaços.

árvores caídas -2 blog-da-arquiteturaAlgumas empresas e artistas têm criado projetos para reutilizar essas árvores, mas querem ir além dos parques. Muitos têm um planejamento para criar uma mobília que ocupe também praças e ruas.

Aproveitando-se disso, a Prefeitura de São Paulo lançou o programa municipal Mobiliário Ecológico em 2010. Um dos parceiros é o designer Hugo França, reconhecido por suas esculturas em madeira. A primeira unidade feita pelo especialista está localizada no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros. Mas o artista já tem cerca de 16 obras no Parque Ibirapuera.

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Um dos últimos bancos feitos por França, em 2015, foi esculpido por uma motosserra a partir de um eucalipto de 35 metros de altura e 30 toneladas. O grande exemplar tinha nada menos que 50 anos e precisou ser erguido por dois guindastes. Para garantir durabilidade, recebeu um tratamento com lixa e verniz, afinal, a variação de umidade pode afetar a madeira.

Banco feito pelo artista Hugo França no Largo da Batata - blog-da-arquitetura
Banco feito pelo artista Hugo França no Largo da Batata

Segundo Hugo França essa iniciativa não somente embeleza os espaços públicos da cidade como continua mantendo a saúde da natureza. “É um resíduo que acaba indo para aterros. Mas essa não é a maneira mais coerente de descarte. Um dos efeitos benéficos para o meio ambiente é a manutenção do gás carbônico armazenado nas árvores”.

De acordo com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, infelizmente, as árvores que caem nas ruas e praças não conseguem ter o mesmo destino.

O órgão alega que quando tem épocas com muita chuva acompanhada de ventos fortes, com mais de 90 km/h, geralmente, a quantidade de árvores caídas é muito atípica.

Desta forma, não há espaço para estocar todas as madeiras provenientes dessas árvores.

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França deitado em mobiliário doado para o Parque Ibirapuera