
Arranha-céu de Londres reacende a discussão sobre a arquitetura da cidade. SAIBA MAIS.
Como melhorar o desenvolvimento urbano de uma cidade? Será que essa onda de construção de novos arranha-céus é a solução?
Recentemente, a New London Architecture divulgou uma lista com aproximadamente cem novas propostas de arranha-céus para a cidade. Assim como muitas outras metrópoles, Londres está crescendo e experimentando um momento de boom no setor imobiliário. Uma das intenções do governo é, justamente, guiar esse desenvolvimento, visando atrair os investidores estrangeiros.
Os novos projetos para o centro financeiro de Londres criarão um espaço de escritórios com a mais alta qualidade, capaz de acomodar melhor as sedes das empresas líderes de mercado. Esses edifícios irão desempenhar, portanto, um importante papel na cidade, reforçando a ideia de que a Inglaterra ainda faz parte da liderança global, mesmo após a saída da União Europeia.

+ O novo distrito financeiro de Londres
O possível contraste entre modernos arranha-céus e antigas construções, datadas do século XVII – que é uma das características mais marcantes de Londres – realmente vem assustando moradores, arquitetos, engenheiros e historiadores. Isso porque eles enxergam as novas torres como uma ameaça ao patrimônio e à paisagem urbana.
Muitos afirmam que, aos poucos, a cidade vem se tornando visualmente desordenada, devido às aprovações de propostas com pouca qualidade estética e tecnológica. Mesmo diante da resistência popular, a City of London Corporation – órgão municipal de promoção financeira – aprovou, em novembro de 2016, a construção do One Undershaft. Ele será o segundo edifício mais alto do Reino Unido e da Europa Ocidental.
+ Adeus ao Aviva Tower

O One Undershaft fará parte do grupo de torres icônicas do distrito financeiro de Londres. Desde 2015, a incorporadora Aroland Holdings, de Singapura – que é a empresa que encomendou o projeto – já havia divulgado quais eram os seus planos. A primeira ação de implantação da proposta é a demolição do edifício St Helen, conhecido também como Aviva Tower, e que foi cenário de um ataque terrorista realizado pelo IRA, em 1992.
O St Helen foi construído em 1969, pelo GMW Architects, e tem 118 metros de altura. Mas, em breve, dará espaço para o belo edifício projetado pelo estúdio Eric Parry Architects – também autor de diversas outras obras de modernização arquitetônica, como a Igreja St Martin.
O One Undershaft, com data de conclusão estimada para 2020, terá mais de trezentos metros de altura e já é considerado a futura “joia da coroa” da cidade de Londres.

No vídeo, logo abaixo, você poderá conferir como a cidade de Londres ficará após a implantação de todos os seus últimos projetos para arranha-céus:
+ The Trellis
“O One Undershaft representa o melhor da arquitetura britânica e estabelecerá novos padrões para a cidade em termos de conforto, qualidade e sustentabilidade ambiental” – Eric Parry para a agência de notícias CNN.
“Eu queria fazer algo calmo (…) então eu queria fazer algo que não é flamboyant” – Eric Parry para o The Guardian.

Apelidado de “The Trellis”, o One Undershaft contará com uma estrutura externa de treliças e colunas metálicas fixadas à fachada, como reforço estrutural ao edifício. Seu volume, em forma lisa retilínea e ligeiramente afunilada na ponta, será todo espelhado. Ele terá diversas superfícies estendidas, que ajudarão a controlar o brilho solar e a relação entre o calor trocado com os interiores, reduzindo o consumo de energia elétrica.

+ Por dentro do One Undershaft
Tem havido muitas críticas em relação ao projeto de Eric Parry. Alguns acreditam que o conceito geral de sua proposta foi baseado apenas na ideia de maximizar o centro financeiro da cidade, nada mais. Bem antes disso, a própria altura do edifício foi questionada, revista e recalculada, por parecer ser uma ameaça ao bom funcionamento do Aeroporto Internacional de Londres. E a fim de não prejudicar o espaço público debaixo do edifício, o pé-direito do lobby, na base da torre, terá dez metros de altura, permitindo a livre circulação dos transeuntes.

No total, o One Undershaft terá 130 mil metros quadrados destinados apenas a escritórios. Outros mil e oitocentos, no subsolo do prédio, serão de áreas comerciais. No topo do prédio, haverá um mirante aberto e a mais alta galeria de exibição pública do Reino Unido. Esses espaços serão acompanhados por um centro acadêmico, em parceria com o Museu de Londres. O objetivo é promover a educação e o aprendizado da história local.

Fontes: Arch Daily, The Guardian, CNN, Architects Journal, The National.
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