
Arquitetura: como se adequar ao mercado atual
Mais do que nunca os profissionais, de qualquer área que sejam, precisam estar mais capacitados para encarar o mercado atual. Com a crise surgiu o escabroso número de 8,8 milhões de desempregados (IBGE) e também a dificuldade de encontrar boas oportunidades.
Mas, e quanto aos arquitetos, o que eles precisam fazer para garantir sucesso diante das ofertas? O BDA conversou com dois especialistas que elencaram os principais desafios encontrados pelo profissional de arquitetura.
Sem preconceito
Para o arquiteto e professor de Arquitetura e Design Victor Marinho (SP), é preciso ficar de olho em setores que antes eram vistos como dispensáveis. “O arquiteto está acostumado a esperar o serviço chegar ao “seu colo”, e admito já ter vivido essa fase também, mas era em uma época de muitas ofertas. Por incrível que pareça, ainda existem oportunidades, o mundo não parou!”, esclarece Marinho
Ele diz que tudo depende de como cada um vê a chance ofertada. “Serviços que antes desprezávamos, muitas vezes por arrogância, são aqueles que podem suprir as necessidades do escritório hoje”, diz o arquiteto que dá uma dica de onde investir: “A cidade como um todo está carente de boas soluções, e em cada projeto, por menor que seja, está a oportunidade de começar a mudar as coisas”.
Networking
Apesar do momento não muito animador, insistir nos eventos relacionados à área é uma boa ideia. Regina Martins, professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Newton Paiva (BH), diz que o dinamismo do profissional ajuda muito. “Construir boa carteira de contatos, frequentar locais e eventos relacionados à arquitetura e ser empreendedor são ações importantes para os arquitetos que queiram dar um up na carreira. Indico também uma boa divulgação do trabalho na internet, como construir site apresentando portfólio – o que você já fez na vida acadêmica conta, principalmente para os recém-formados – e ter espaços em mídias sociais.
Funcionalidade
O que se espera de um arquiteto são soluções, além de agradáveis aos olhos, que possibilitem o bom desempenho de atividades diárias, seja de descanso, trabalho, lazer, higiene entre outros. O arquiteto Victor Marinho expõe que uma das habilidades mais importante que o profissional pode ter, é a de dar respostas funcionais e não só estéticas aos mais diferenciados ambientes e edificações.
Cursos
O universo de atuação dos arquitetos é imenso, por isso é importante focar em certas áreas e procurar especialização nelas. A professora Regina Martins cita cursos de atualização na área de mídias e instrumentos de representação gráfica como importantes para a carreira. “Se aprimorar em novas soluções tecnológicas para construções sustentáveis, normas técnicas de construção e legislação e espaços urbanos podem trazer bons frutos atualmente”, diz Regina.
Conhecimento
E de que adianta ser mestre ou doutor se não soube transformar a informação obtida em conhecimento? Essa é a indagação feita por Marinho. “Essencial é colocarmos em pratica aquilo que aprendemos, se não nada adianta ter títulos”, diz o arquiteto. O ingresso em uma pós-graduação pode ser visto como essencial, “desde que ela esteja focada para a área de atuação que deseja se firmar. Estudo e aprimoramento abrem novas portas e viabilizam as oportunidades, além de aumentar o contato com outras pessoas”, segundo Regina Martins.
Pequenas coisas
Diante da crise econômica, muitos profissionais sentem estar perdidos em meio a tantos “nãos” de grandes empresas ou clientes promissores, mas, é preciso saber que existem soluções ao seu redor. “Minha sugestão é que os arquitetos ou estudantes comecem a vivenciar mais a comunidade da qual fazem parte, assim, poderão descobrir pequenos serviços, mas grandes chances de contribuir para uma consciência popular e perceber a importância do arquiteto”, pondera Victor Marinho, que dá uma dica: “Se tiverem projetos, ideias, sonhos, ponha em prática, acredite mais em você do que na crise”, finaliza.
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