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Acredite se quiser: em Dubai existem florestas tropicais!

Dubai, a maior cidade dos Emirados Árabes, está localizada na costa sul do Golfo Pérsio, na Península Asiática. Foi construída em pleno deserto, onde antes não havia absolutamente nada. Mas, hoje, ela é muito mais do que areia. Há décadas, essa cidade é o sinônimo de projetos arquitetônicos grandiosos. Todo dia surgem novas construções na região, muito maiores, ousadas e impressionantes. A ideia dos governantes é atrair cada vez mais investidores e turistas, que não se importem em pagar preços exorbitantes, desde que seja para se ter o melhor do melhor. Luxo é prioridade!

(imagens extraídas de Casa Abril e The Eye)

Com estruturas tão icônicas, Dubai é constantemente tema de reportagens pelo mundo inteiro. Depois da maior pista de esqui indoor; da construção de ilhas artificiais com formato inusitados, como de palmeiras; e de algumas das torres mais altas do mundo; agora é a vez da cidade inaugurar as primeiras florestas tropicais em interiores. Sim, é real. Embora, em dias normais, faça aproximadamente 50ºC sob o sol – temperatura recorrente em muitas áreas de florestas – sua atmosfera é muito seca para o desenvolvimento de um bioclima assim. Mas, nem mesmo este enorme desafio impediu os projetistas de levar essa ideia quase improvável à diante.

O Blog da Arquitetura apresenta, a seguir, dois modelos – os primeiros do mundo – de florestas tropicais em interiores, desenvolvidos especialmente para a cidade de Dubai.

Rosemont Hotel & Residence 

(imagem extraída de Simone Galib)
(imagem extraída de WCPO Cincinnati)

O Rosemont Hotel & Residence, projeto do escritório canadense ZAS Architects, será uma das obras mais complexas e exuberantes de Dubai. Ele será erguido sobre um terreno localizado na Sheikh Zayed Road, no bairro Al Thanyah, perto de Barsha Heights; e deve ser inaugurado em 2018. Além das duas torres de vidro, inspiradas nos conceitos de ‘reflexo, luz e textura’, com mais de cinquenta andares de altura, contendo spas, restaurantes, bares, academias, cinema, pista de boliche, parque temático, simulador de paraquedas, praia artificial e piscina de borda infinita, haverá uma floresta tropical interna com sete mil metros quadrados.

(imagem extraída de ZAS)
(imagem extraída de Economic BG)

+ Conceito do projeto

“O conceito do nosso cliente era criar um destino único para a cidade de Dubai, e também criar um projeto que seria um destino em si, com todas as amenidades possíveis de lazer e entretenimento dentro do hotel” – Deejay Armin, da ZAS Architects, em reportagem de CNN.

Certamente, a maior atração desse suntuoso resort será, mesmo, sua grande floresta artificial. Ela contará com trilhas para caminhadas; córregos e cascatas; uma área pré-histórica, inspirada nos pântanos e com dinossauros; árvores de mentira, que pulverizarão uma névoa para regar as outras plantas; e espécies da fauna, que vão adicionar um toque ainda mais natural ao lugar. Um sistema sensorial especial, de alta tecnologia, vai proporcionar aos visitantes uma falsa impressão de chuva, aumentando a sensação de estar em ambiente tropical. E para esbanjar de vez, um grande aquário será instalado sobre a entrada dos carros, enfatizando um elemento muito em falta na região, que é a água.

The Green Planet

(imagem extraída de Dubai OFW)

O Green Planet – ou Planeta Verde, em inglês – também está localizado em Dubai, nos Emirados Árabes. Foi projetado pela empresa U+A, em parceria com a Samsung C&T. Trata-se de um edifício cilíndrico de vidro – certificado em Liderança em Energia e Design Ambiental – em “estilo origami”, com 6500m² de área, 45m de altura, seis andares e uma grande cúpula autônoma de cobertura. Dentro, ele abriga mais de três mil plantas e oitocentos animais, entre tucanos, jacarés, lagartos, porcos-espinhos, bichos-preguiças, aranhas, cobras, formigas, peixes, pássaros, borboletas e muitos outros. A grande maioria desses seres vivos é de origem sul americana, como da Amazônia brasileira, mas também há exemplares das Ilhas Salomão, Cingapura, Tailândia e Índia.

Para que todas as espécies pudessem viver e se desenvolver num ambiente tão diferente, de clima tão quente, foi necessário ajustar a umidade e a temperatura interna do edifício. O ecossistema vivo e respirável foi construído em torno de uma árvore artificial, semelhante a uma nativa da América Central, com 25m de altura. Logo que os visitantes entram no Green Planet encontram uma área “inundada”, com um aquário gigante, cheio de espécies marinhas. Depois, eles passam por piscinas, cachoeiras e uma rede de caminhos naturais, que recriam o cenário encantador de uma floresta tropical verdadeira.

(imagem extraída de The National AE)
(imagem extraída de Search Dubai em YouTube)

+ Conceito do projeto

O objetivo dos projetistas era transformar este complexo em uma grande “sala de aula viva”; um espaço recreativo, mas, ao mesmo tempo, educacional, que pudesse instigar, tanto em turistas quanto em moradores locais, a responsabilidade e a consciência coletiva. Cientistas, zoologistas e outros profissionais trabalham juntos para contar a história desse ecossistema, enfatizando suas características mais diversas e sua importância para a regulação das temperaturas ao redor do globo terrestre. Portanto, o objetivo primário é o conhecimento!

Assistindo ao vídeo a seguir você poderá fazer um passeio virtual pelo Green Planet e conferir tudo que há em seu interior.


+ Observações

Em termos de arquitetura, não dá para negar a beleza destes dois projetos. Mas, a pergunta que fica é: será que é certo tirar essas espécies vivas, principalmente os animais, de seu ambiente natural para colocá-las em cativeiro, num ambiente artificial? Vendo aquelas belas araras-azuis, bichos-preguiças, capivaras e tantas outras espécies brasileiras aprisionadas, sabendo dos problemas referentes ao controle de áreas florestais, e do tráfico internacional, qual a sua impressão? 


Fontes: PetiscosO GloboDailyMailCNNTime Out DubaiKhaleej TimesInhabitat.


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