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A história e a arquitetura do Mercado Municipal Paulistano

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A grandiosidade do Mercado Municipal Paulistano (Foto: Mistura Urbana)

Visitar o Mercado Municipal Paulistano é mais do que um passeio em busca de novos aromas e sabores: é uma pequena odisseia por um dos marcos arquitetônicos da cidade de São Paulo. Para quem já conhece o espaço ou ainda não teve a oportunidade de ir, vale conferir o que torna sua arquitetura tão especial.

O Mercadão, como é conhecido, é o mais importante mercado público da capital paulista. O edifício é considerado uma das últimas grandes construções do município erguidas entre o final do século 19 e a metade do século 20, tendo sido inaugurado em 1933 – foram necessários cinco anos para concluir o projeto.

O local foi criado não apenas para atender a demanda na região central da cidade, mas também foi pensado como uma maneira de consolidar a imagem da Metrópole do Café. Atualmente, os frequentadores encontram praticamente tudo no Mercadão, ao longo de seus 19.805 m² de área construída: frutas, leguminosas, verduras, carnes, peixes, temperos, cereais e uma grande variedade de produtos de todo o país, além de bares e restaurantes.

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Detalhe da fachada do Mercado Municipal Paulistano, projetada pelo italiano Felisberto Ranzini (Foto: Marcelo Scandarolli)

+ Arquitetura marcante

Dono do escritório de arquitetura mais conceituado da capital paulista, naquela época, o arquiteto de origem portuguesa Francisco de Paulo Ramos de Azevedo (1851-1928) é o autor do projeto original do Mercado Municipal Paulistano. Mas, como ele faleceu logo no início das obras, coube aos seus sócios, Armando Dumont Villares e Ricardo Severo, a responsabilidade pelo andamento da construção.

Em harmonia com o urbanismo do antigo centro da cidade, o Mercadão impõe-se com suas abóbadas e fachadas sóbrias, estas assinadas pelo italiano Felisberto Ranzini. No interior e no exterior, elevam-se colunas em estilo grego, jônico ou dórico, com telhas de vidros e claraboias que proporcionam luminosidade natural ao espaço.

Porém, um dos detalhes que mais chama atenção é o trabalho realizado nos vitrais, importados da Alemanha e executados pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho, famoso por obras na Catedral da Sé e em centenas de outras igrejas pelo Brasil afora. Seus 32 painéis são subdivididos em 72 vitrais, que retratam a vida dos colonos, com paisagens do cultivo e da colheita e a criação de animais, como gados e aves.

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Um dos coloridos vitrais criados pelo artista russo Conrado Sorgenicht Filho (Foto: Guasca Tur)

+ Restauração e preservação

Um monumento histórico como o Mercado Municipal Paulistano requer reformas e restaurações frequentes para manter-se sublime por muitas décadas. Por isso, em 2004 o edifício foi reabilitado pelo escritório PPMS Arquitetos Associados, tornando-se mais operacional e seguro.

Para restaurar a antiga estrutura, os arquitetos utilizaram aço e vidro, para garantir a integração com o edifício. Por outro lado, foram respeitadas as premissas de intervenções em bens tombados, nas quais as técnicas construtivas não devem imitar a construção existente, sendo distintas das mesmas.

Além disso, novas instalações foram criadas, como o mezanino que une as torres A e B, formando uma praça de alimentação que permite enxergar todo o interior do Mercadão, e o melhoramento da acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção, com elevadores e escadas rolantes.

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O mezanino, resultante da restauração assinada pelo escritório PPMS Arquitetos Associados (Foto: Marcelo Scandarolli)

Mercado Municipal Paulistano (Mercadão)
Rua Cantareira, 306 – Centro – São Paulo.
Horário de funcionamento: Segunda a sábado, das 6h às 18h. Domingos e feriados, das 6h às 16h.
Contato: (11) 3313-3365.

Fontes: Prefeitura de São PauloGaleria da Arquitetura e Cidade de São Paulo.