
5 razões para usar o modelo BIM no planejamento de obras
Quando se pensa em uma obra, quais as primeiras coisas que vem à cabeça? Assim como já frisamos no post sobre orçamento de obras, tanto a parte financeira quanto o planejamento são importantes para lidar com qualquer projeto iniciante, sobretudo uma construção. Nesse contexto, é imprescindível entender que eles andam juntos, paralelamente, trabalhados para uma ótima gestão e um bom resultado, claro.
O planejamento trata-se de uma sequência de etapas e serve para praticamente todas as tarefas, das mais simples às complexas. Quando se fala em construção, é um ciclo totalmente dependente: um processo só dá certo se o anterior é bem executado.
Imagine o exemplo prático: em um sistema construtivo, geralmente as instalações hidráulicas são embutidas nas alvenarias. Sendo assim, as instalações hidráulicas de um banheiro só começam depois que a parede deste banheiro foi erguida. Mas, se a parede atrasar, a instalação também atrasa, e assim sucessivamente, gerando um problema péssimo ainda mais quando se trabalha com prazos.
É a partir daí que podemos pensar no orçamento. É óbvio que se algo não sai como planejado, o orçamento será afetado, tanto nos custos que serão gerados quanto nos valores fixos (água, luz, equipamentos). A variação de preços ocasiona em mais uma etapa de planejamento, para que os responsáveis pela obra decidam qual a melhor forma de solucionar o problema do atraso e não gastar além do programado anteriormente. É aí que entra o cronograma físico-financeiro e o papel do BIM.
Um modelo tridimensional munido de informação por meio do BIM permite a interligação do cronograma de obra (normalmente feito no MS Project) com os elementos deste modelo, chegando a um planejamento 4D. Funciona assim: cada elemento possui 3 dimensões, quando e por quanto tempo será construído. Essa ligação é feita em softwares BIM orientados à gestão, como o Navisworks da Autodesk ou o VICO, que garantem uma tecnologia diferenciada de planejamento 4D, baseada nos conceitos de produtividade de equipes e linha de balanço.
No VICO, por exemplo, podemos operar diretamente no gráfico das linhas de balanço, arrastando literalmente essas linhas de acordo com o objetivo de prazo traçado, de modo que o software recalcule a produtividade necessária para a execução de um serviço (cujo quantitativo está vinculado ao modelo), adequando o novo prazo e mantendo as relações de interdependência entre as tarefas.

Além disso, não faltam razões para utilizar o BIM no planejamento de obras!
- Na compatibilização de projetos, facilitando o trabalho na possibilidade tanto de automatização de detecção de interferências quanto pela própria visão espacial. Assim, sistemas compatíveis reduzem a possibilidade de imprevistos na obra e melhoram a assertividade do planejamento.
- Vantagens quantitativas que, embora estejam mais ligadas ao orçamento, garantem precisão no planejamento, já que o prazo é consequência direta da quantidade x produtividade.
- Com um modelo BIM, é muito mais fácil compreender e visualizar um cronograma. Além disso, facilita a elaboração de planos de contingência caso a execução esteja se distanciando da meta planejada.
- O planejamento de canteiro também é otimizado, com uma linha 3D que permite a simulação de alocação de equipamentos no canteiro ao longo da obra, assim como depósito de materiais e simulações de logística.
- Já o apelo visual por meio de simulações 4D, comumente utilizadas como marketing para licitações de construção e apresentações para investidores, acaba melhorando como amostra do alto nível tecnológico do planejamento empregado na construção.
É bom deixar claro também que um modelo BIM vai muito além da metodologia de projeto, orçamento ou planejamento, e sim uma forma de perceber e visualizar toda a concepção de uma construção ao longo do ciclo do projeto. Logo, usar o BIM em uma obra é um método total de otimização tanto na resolução de projetos e estratégias de construção quanto na remediação de problemas decorrentes da falta ou a baixa qualidade da informação.