
Petrópolis: a região preferida dos imperadores brasileiros
No interior do município do Rio de Janeiro, ao topo da Serra da Estrela e em plena mata tropical, encontra-se a bela Petrópolis. Esta, que é popularmente conhecida como ‘A Cidade Imperial’, era a região preferida para os momentos de lazer e repouso de Dom Pedro I, o primeiro imperador do Brasil. Mas foi seu filho, Dom Pedro II, que a fundou, na década de 1840. Era a proximidade com a cidade do Rio que encantava a corte, que logo fez de Petrópolis o seu endereço de veraneio. Atualmente, a cidade possui grande relevância para a cultura e o turismo, representando uma oportunidade de se voltar no tempo e conhecer um pouco sobre um período importante da história nacional.
Sem dúvida, a paisagem, o clima ameno e a atmosfera única da cidade de Petrópolis encantam os turistas, que desejam fazer um passeio agradável sem precisar sair do país. As muitas construções ainda conservadas, da época de Dom Pedro II, e a vegetação abundante são os maiores atrativos. No belo conjunto arquitetônico, onde antes moravam representantes políticos, diplomáticos estrangeiros, artistas e intelectuais, funcionam, hoje, centros culturais, museus e outras atrações. Podem-se conferir os palacetes e jardins do centro histórico através de um city tour, em réplicas de carruagens.
+ O urbanismo de Petrópolis
O eixo mais importante é o da Avenida Köeler, por onde se vê os casarões, exemplares do século XIX. Este desenho urbano foi idealizado pelo engenheiro alemão Júlio Frederico Köeler. Foram as suas ideias, lançadas em 1840, que guiaram a construção da cidade. Originalmente, Petrópolis resumia-se em um núcleo urbano, onde se encontrava o palácio do imperador, os edifícios públicos, comércios e serviços. Hoje, a cidade é dividida em cinco distritos, que se subdividem em bairros menores, com áreas urbanas e rurais. No bairro Samambaia, por exemplo, tem-se um exemplar de arquitetura moderna de Lúcio Costa, mostrando a evolução ocorrida com o passar dos anos.
+ A arquitetura de Petrópolis
Em 1843, Dom Pedro II assinou um decreto determinando um assentamento de povoação na região que viria a ser Petrópolis. A maioria era imigrante da Europa e do Oriente Médio, como alemães e libaneses. Foram estas diferentes culturas que influenciaram a formação da identidade da cidade. E assim como houve pessoas vindas de diferentes lugares do mundo, houve formas de expressão representando os mais variados estilos artísticos.
A Catedral de Petrópolis – antiga Capela Imperial, é dedicada a São Pedro de Alcântara, padroeiro da monarquia. A edificação representa o movimento neogótico no Brasil, de inspiração francesa. Foi projetada pelo arquiteto Francisco Caminhoá, em 1884, e já fazia parte do plano de urbanização proposto por Köeler. Possui uma planta em cruz latina, transepto, três naves e belos vitrais, como a rosácea na fachada principal. Em seu interior, o destaque é o Mausoléu Imperial, inaugurado pelo presidente Getúlio Vargas, em 1939.
O Museu Imperial é onde funcionava o Palácio Imperial de Petrópolis, a residência de verão de Dom Pedro II e sua família. A edificação foi construída com inspiração neoclássica. O projeto original era de Júlio Frederico Köeler, mas foi, posteriormente, modificado por Cristóforo Bonini, que acrescentou novos detalhes, como o pórtico em granito, na fachada principal. Até a sua conclusão, diversos profissionais, da Academia Imperial de Belas Artes, fizeram contribuições.
Quem visita esta propriedade pode admirar o belo jardim, planejado pelo paisagista Jean-Baptiste Binot, na década de 1850. Dentro do cinturão verde foram plantadas mais de cem espécies vegetais, de quinze regiões do mundo, entre esculturas, chafarizes e fontes com figuras mitológicas. Além disso, o acervo do museu, no interior da edificação, conta com peças emblemáticas, como documentos, obras de arte e objetos pessoais do imperador.
O Palácio da Quitandinha foi construído em 1941, a pedidos de Joaquim Rolla e Antonnio Fastino, que queriam fazer em Petrópolis o maior hotel-cassino da América do Sul. A edificação tem, no total, cinquenta mil metros quadrados e representa o estilo normando-francês, externamente; e rococó hollywoodiano, internamente. Desde 1963, os seus 440 apartamentos e 13 salões se tornaram um sofisticado condomínio da cidade. Já as áreas social e histórica são, desde 2007, administradas pelo SESC – Serviço Social do Comércio, que promove atrações culturais no local.
O Palácio de Cristal de Petrópolis, construído em 1884, é uma versão quase em miniatura do Palácio de Cristal de Londres. Sua estrutura é pré-moldada, composta de peças em ferro fundido. As paredes de cristal foram substituídas por folhas-de-flandres e tijolos, no período que abrigou o acervo histórico do Museu Imperial; e, posteriormente, por vidro laminado. A edificação, encomendada pelo casal Conde D’Eu, servia para abrigar exposições de produtos agrícolas. Hoje, abriga eventos culturais e exposições de itens históricos.
Construído em 1889, como palácio de verão do Barão Manuel Gomes de Carvalho, um rico produtor de café, o Palácio Rio Negro é um belo exemplar da arquitetura eclética brasileira. A edificação, projetada por Antonio Januzzi, passou a ser residência oficial de verão dos presidentes da República, em 1903, quando a capital federal ainda era o Rio de Janeiro. Atualmente, o Rio Negro pertence à União e é administrado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Santos Dumont, aeronauta e grande inventor brasileiro, mandou construir, em Petrópolis, um pequeno chalé para si mesmo. A pitoresca edificação, de 1918, possui três andares, sem divisórias entre os cômodos, e segue o estilo alpino. Está localizado no Morro do Encanto, em uma área íngreme, no centro histórico da cidade. Atualmente, está aberto para visitações. Lá, os turistas podem ver algumas obras bem criativas de Dumont, como um chuveiro com água quente – o único existente no Brasil naquela época – e a escada que faz o usuário subir começando com a perna direita. No Museu Santos Dumont, o segundo local mais visitado de Petrópolis, depois do Palácio Imperial; os visitantes podem conhecer um pouco mais sobre a vida desta grande personalidade da história mundial.
Fontes: Wikipedia, Museu Imperial, Cidade de Petropolis, Petropolis Turismo.